terça-feira, 30 de dezembro de 2008
ÚLTIMO POEMA
como a morte para o homem.
Temor de ser o poema da última página de um livro.
- “Que mal terei feito eu para merecer tal destino?” – pensa
consigo o malfadado poema.
- “Que palavras vãs terei sido para ter tão perverso fim!”
Este fim-poema sofre de um ledo engano!
Antes é mais meio do que inteiro.
Explico:
É como na matemática, uma dízima periódica, sem fim.
Ele, o poema, é o meio termo entre o início do primeiro pensar e o caminho da infinda inspiração.
Por exemplo: Este poema, no universo paralelo dos números (primos de
2° grau das palavras), seria 33, 333333333333333
3333333333333333333333333333333333333333
3333333333333333... ...reticências. Sempre faltando um pouco para a chegada,
sempre se distânciando da partida.
Então só a morte nos poderá calar ?
Eis a grande questão da humanidade, dos números e das
palavras...
Tomara que a morte seja também uma dízima periódica, para
que possemos passear, através dela, pelo infinito.
Viva os últimos poemas e sua matemática imperfeita.
- Viva!
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
O autor
Vinícius Silva é poeta, escritor e professor, não necessariamente nesta mesma ordem. Doutor em planejamento urbano pelo IPPUR/UFRJ, cientista social e mestre em sociologia e antropologia formado também pela UFRJ. Foi professor da UFJF, da FAEDUC (Faculdade de Duque de Caxias), da Rede Estadual do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC) e atualmente é professor efetivo em sociologia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Criou e administra o Blog PALAVRAS SOBRE QUALQUER COISA desde 2007, e em 2011 lançou o livro de mesmo nome pela Editora Multifoco. Possui o espaço literário "Palavras, Películas e Cidades" na plataforma Obvious Lounge. Já trabalhou em projetos de garantia de direitos humanos em ONG's como ISER, Instituto Promundo e Projeto Legal. Nascido em Nova Iguaçu, criado em Mesquita, morador de Belford Roxo. Lançou em 2015, pela Editora Kazuá, seu segundo livro de poesias: (in)contidos. Defensor e crítico do território conhecido como Baixada Fluminense.
O CULPADO OCUPANDO-SE DAS PALAVRAS
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Um comentário:
Comentar pra q?
pra dizer, ou marcar a minha passada por aqui?
pra falar oq achei do texto, ou do Blogger, ou do dono?
simplesmente deixarei aqui o prazer que sinto em ser aluna, isso pode parecer pouco...mais 1hr por semana aprendendo a filosofar através de vinícios Fernandes, é pra mim uma dádiva;
tú és encantador!!!
neste blogger há apenas oq o senhor(ou vc, como preferir)tentou expressar em palavras escritas(sinceramente conseguiu), seii que ainda há mais retraido em ti, e que somente aos poucos descobriremos 'As virtudes guardadas de Vínicios'.
mais que um professor, que um homem (que dança forró pé de serra,) que um profissional, que um filósofo ou cientista social...
te vejo como um amigo, a tão pouco tempo era uma pessoa qualquer e ao prazo de poucos dias se tornou uma das insubstituiveis!
guardo pra ti , todo um respeito e admiração!
~>Thamires Ribeiro Clarino
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