(in)contidos - O novo livro de Vinícius Fernandes da Silva do PSQC

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quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

PISANDO NO pé

Tirei a Vida pra dançar.
Ela não é boa dançarina.
Arisca. Pisa no pé. Dura.
Não dá para deslizar no taco encerado.
Mas isso tem suas vantagens.
Damas difíceis nos ajudam a dançar
Com qualquer bela patinadora de pés.
Andei tentando tirar Vida para dançar
Um Bolero.
Deu Samba.
Mas quando o pandeiro arrebentou
O couro, tive que partir. Punk-Rock.
E nas suas Lambadas continuei a
Valsar nas palavras.
Aos trancos e barrancos da pista,
Vou tentando meu bailar.
E junto com Vida tornar nossa existência
Uma grande gafieira.
Onde os belos passos e os feios escorregões
Dão o ar da sua graça no salão.
-Permita-me esta dança?


(para a bailarina Carla Juliane)



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segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

MANUAL PRÁTICO PARA SER FELIZ (Versão Vinícius Silva 2.1)

Procure um amigo: Divida!
Encontre um cachorro: Fuja!
Veja um policial: Desconfie!
Escreva um livro: Sonhe!
Faça um filho: Depois dos trinta!
Tenha um time: Botafogo!
Coma chocolate: Espinhas!
Um inimigo: Lute!
Uma saudade: Chore!
Da morte: Tenha medo!
Faça música: Jobim!
Faça poesia: Vinícius... de Moraes!
Reflita: Escute música de cueca na sala!
Um amor: Esqueça... tente... ame!


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segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Reflexões 3:


PAREM DE FALAR MAL DO PAULO COELHO!!!

Apesar de nunca ter sido um leitor de seus livros (só li "As Valkírias", e faz muito tempo) o cara é o autor brasileiro mais vendido de todos os tempos.

Oras, lembrem-se que em nossa digníssima Academia Brasileira de Letras temos como ilustres imortais os senhores, José Sarney, Roberto Campos e Roberto Marinho (vocês lembram do grande livro do Roberto Marinho, não? Nem eu!). Zélia Gattai só conseguiu sua cadeirinha porque era mulher do Jorge Amado, e olha que a obra dela não é grandes coisas. Drummond, Vinícius, Quintana (tentou 2 vezes !!!), não estão na ABL. Pois é...

Depois fica um monte de gente "pelasacando" Dan Brown e seu Código "caça-níquel" Da Vinci, lendo o "Caçador de pipas", "O livreiro de Cabul". Não fodem! Vocês não precisam ler o Paulo Coelho, mas ele não é pior do que essa literatura internacional de esquina. Pelo menos vender livros eu considero como um bom critério. Imortal por imortal eu prefiro o Christopher Lambert em Highlander.

Já passou. Tô calmo agora.

Até.
Reflexões 2:


Coldplay - Ô banda chata!

Radiohead - A melhor banda do mundo para quem é um suicida em potencial (Eu gosto).

The Strokes - Odeio os ouvidores de rock-garage britânico, mas essa banda é rock-garage da melhor qualidade, e são americanos.

Ok Go! - Até agora o melhor videoclip musical do século XXI (A Million Ways).

Jamiroquai - Impossível não mexer o corpo ao ouvir e ver Jay Kay cantando e dançando, e eu já vi, ao vivo!

The Cardigans - Ouvi-los é como estar em um jardim na primavera fria da Suécia. Adoro! (Obs.: Eu nunca fui à Suécia).

Los Hermanos - Eu gosto.

Madonna - A puta mais chique que já existiu.

Michael Jackson - "Rock with you" é um achado, pena que acabou... ele acabou.

Marvin Gaye - Se eu fosse preto, queria ser o Marvin Gaye (O próprio pai o matou! Até hoje dá vontade de chorar só de pensar nisso).

The Beatles - The... é... é... é... é... hum... hum... hum... é... hum... Eu sempre quis ser um Beatle! (Maldito cara que atirou no John).


Por enquanto é só... teremos novidades para 2008, em breve.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

LIVRE | FEIRA

Um pacote vazio deixado sob a tábua da barraca / Caixas de madeira vagabunda que carregam as cores e cheiros ainda vivos / As frutas / O céu azul e os raios de sol que furam / as já furadas / lonas azuis dos seus corredores estreitos / O calor que escorre dos corpos suados dos seres que parecem / em transe / Descarregar suas falas de sedução mercadológica / O controle quase histérico dos indivíduos que habitam este encontro socialmente organizado /

/ Feira /


A Feira é uma desorganização controlada / onde temos inúmeras possibilidades de improvisos sociais e individuais / É um encontro social onde podemos observar / analisar / delimitar / as dinâmicas de determinadas regiões / localidades / populações / Ela não pode ser analisada como um ser único / Uniforme / Em cada um desses "encontros" haverá uma particularidade e uma organicidade própria / Deve ser enxergada como o espaço onde diferenças e semelhanças irão criar um ambiente único / particular / Onde as ações dos diversos atores sociais irão gerar uma complexidade de conflitos / interesses / harmonias / É neste turbilhão de emoções / que reside toda a sua beleza / A poesia / as tristezas / as alegrias / as falas / os discursos / todos são os aperitivos para a sua salada humana /

/ Ouço /


Ouço / Os sons das palavras da Feira / que ecoam pelos ouvidos / Pare / Perceba: / "Pode chegar freguesa!" / "Pode vir e comprar!" / "Tem carré?" / "A mandioca é manteiga dona!" / "Posso provar?" / "Moça bonita não paga mas também não leva!" / "Mata o rato... seca o rato" / "Posso dar uma pegadinha" / "Claro Dona! Tá fresquinho" / "Nossa tá tão vermelhinho!" / "O morango chegou hoje!" / "Pastel e caldo-de-cana!" / "Superpromoção" / "Leva dois paga 1 real" / "Um paga cinqüenta centavo" / "Tem Namorado?" / "Ih! Tá fedendo!" / "Corre! É os homi!" /

/ Sim /


Sim / Antes da revolução industrial / Antes do capitalismo / Antes da bolsa de valores / Sim / Existia / Lá estava ela / O escambo humano / A Feira não vende somente produtos / Vende / Troca / Empresta emoções / Vende a uva triste / Vende a maminha chorosa / Compra a pamonha feliz / A Feira é o circo do cotidiano / A criança compra o brinquedo de madeira / A madame troca informações com a vizinha / O feirante alimenta seus filhos / Os meninos se oferecem para carregar as sacolas / As sacolas de papelão / O cheiro forte da barraca do peixe / A xepa da Feira / Os mendigos / E pobres / Rivalizando seus olhares de fome / Pelo resto / Pela sobra / O picadeiro com seus palhaços / Que trocam sempre de lugar e de papéis / A Feira é a fuga do controle / mesmo sendo controlada / Onde os humanos são mais humanos / Nas suas humanidades / E desumanidades / A Feira não tem / Ponto / Nem vírgula /

/ Lembro /


Lembro / A Feira é o local onde / os filhos / podem se lembrar / dos passeios com seus pais / com os avós / É o local onde / os filhos / também podem ser lembrados / A Feira é o lugar onde o sorriso pode ser solto / E a gargalhada extravasada / Lembro / Até semana que vem / Sim / Nos encontraremos / Sempre / Mais uma vez / Na Feira /


LIVRE / FEIRA

[texto editado no projeto final de Eliza na graduação em Desenho Industrial/Programação Visual da Escola de Belas Artes da UFRJ, projeto este que se transformou no lindo livro de fotos intitulado Feira Livre de Eliza Rizo]




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Gente, esse tal de blog é realmente um adianto, mas para certas coisas...

Não sei se é só comigo, porém foi impossível publicar um poema concreto. Essa porcaria (desculpe querido blog) não sabe o que é parágrafo ou espaçamento entre linhas verticais.
Portanto, para minhas aventuras no mundo da poesia concreta, tive que transformar o poema em imagem para poder postá-lo. Digo que sou um poeta neoconcreto, mas isso é tema para outras postagens, discussões e comentários... depois explico melhor.

Até.
Besos a todos.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A Porta

Existe no ar.
Talvez no mar.
Na terra, não sei.
Dentro de mim só uma vez.

Vagando vai, até encontrar.
Uma voz.
Um ruído, não sei.
Pois dentro de mim só uma vez.

Como podes
ser tão extenso,
sem meios e com tantos meios.
Existirá em mim.
Existirá em você.
Existirá em nós, talvez.

Poderás ser a cura, não sei.
Para Ele o começo.
Para você o meio.
Para nós o fim.

Abrir meus olhos, pelo menos estes.
Meus olhos tão novos.
Meus olhos tão experientes.
Viram o início.
Estão vendo o meio.
Mas se enxergariam o fim, não sei.



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Ame...sol

E pela primeira vez chorei.
Lágrimas.
Gotejam em minha saliva o paladar salino de queima, em meu coração arde o amor que
derramei. É a mesma que eu mudo e quando te chamo, ao olhaste para trás, lhe peço perdão.
Perdão pelo que não fiz, mesmo que eu quisesse fazê-lo.
E ao dom da palavra que você disse recolho meu perdão.
Me vejo úmido pelas mesmas gotas salinas que me fizeram chorar pela segunda vez.
Vejo o sol, tão só.
Só o que é o sol.
O sol amado.
Um raio.
O que eu amo.
Um raio de sol.
Num só sol, ó meu raio amado.



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sábado, 8 de dezembro de 2007

Gerações

Canso-me de ouvir os estilhaços das velhas palavras de ordem aos novos jovens, os jovens que escrevem nestes papéis virtuais em cristais de vidro. Tudo para nós, jovens, é sujo, transloucado, destruído, superado, estilhaçado....
Como se o tempo tivesse, nos seus anos longos anos de vida, que tencionar-se em uma longa curva para baixo, para o chão, para superar o chão e chegar, portanto, aos infernos dantescos.
Sempre somos os acusados de romper com a velha ordem, como se a velha ordem fosse a ordem certa, mas que ordem? Se a ordem em que vivemos agora é a desordem ordenada, realizada, deixada e cuspida por quem mais amamos, nossos pais, nossos avós, nossos...
Então escutamos calados, às vezes não, o que somos, vagabundos, sem bandeiras, sem ideologias, globalizados, alienados, baderneiros, consumistas, idiotizados. Me pergunto? Qual geração não foi isso tudo e também não foi vanguardista, inovadora, transgressora, descobridora e celestial.

Parece ser esquecido que dentro da linha do tempo quem dá o primeiro suspiro de vida será tão contemporâneo ao ser que der o último afagar antes da morte. Dentro dos limites da existência as gerações se misturam e dialogam, com suas fraquezas e virtudes, com suas afinidades e oposições. E quando acabo de falar disso, sem saber porquê, lembro do meu avô, morto, e penso que fui contemporâneo a ele, penso na falta que, hoje, ele e sua história me faz.

Não desistamos da nossa linha do tempo.



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Pedaço Vermelho

Seiva ruiva escorre
Em lábios. Fica no
Canto da boca. Encarnada.
Parecia um pedaço de melancia.
Mas não!
Era sua boca.

(para Carla Juliane)



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sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Reflexões:

Para você que bloqueia suas fotos (Pra que ter álbum?).

Para você que apaga seus scraps (Rabo preso?).

Para quem quer privacidade (Pra que você tem uma conta no orkut, porra!).

Só alguns pensamentos soltos...

Tem espaço na van

Gente, como alguns sabem, acabei de me tornar mestre em sociologia e antropologia pelo IFCS/UFRJ.

Minha dissertação já foi defendida (com conceito "A") e está prontinha, seu nome é:

"Tem espaço na van: Um estudo de caso em uma cooperativa de vans em uma cidade da região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro"

Quem quiser este trabalho (que está escrito de uma forma que todos podem entender, inclusive os sociólogos...) é só pedir fazendo um comentário neste mesmo singelo blog, pelo orkut ou por email. Espero que gostem, pois deu um trabalho danado para escrever e, principalmente, para defender.

Besos a todos.

cinema

Tenho a impressão que os melhores filmes que já assisti

foram os que me fizeram chorar ao seu final.

Foi vendo filmes que aprendi que homens também choram.



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A guarda do anjo


E tudo tornou-se claro quando a caixa de fósforos caiu ao chão.


Estava límpido e preciso que aquela criança dormindo junto ao meu peito era suficientemente o necessário para o restar de toda a minha existência.Todas as angústias e medos transformaram-se em um sorriso febril e duradouro.Todos os mal-dizeres e borrões foram apagados por aquele respirar leve e profundo leve e profundo e que não terminava, junto ao peito, ali, e eu olhando para aquele rosto angelical de querubim, tão anjo quanto qualquer outro anjo-rebento que tivesse mais ou menos trinta dias de vida, mas mais anjo para mim, parente de carne e sangue.


Tudo o que eu consegui ouvir dentro daqueles parcos e rápidos momentos era aquele respirar leve e profundo leve e profundo. E nada mais importava. Só não me derramei em lágrimas para que meus
próximos não me vissem em uma situação tão exposta de sentimentos.
Como às vezes sou tolo, na verdade quase sempre. Tinha aquele anjo
em meu peito e pensei que não é necessário somente ter anjos em carne
aos peitos e, sim, anjos-crianças dentro do próprio peito, a todo momento. Carregá-
los como esperança e boas novas em tempos confusos, de clima cinza, e névoa, e
escuridão. O quão aquele pequeno ser pesando em meu tórax fez-me ver que de
detalhes, lágrimas e sorrisos a vida se vale e tornei a pensar o que realmente
queremos dessa mesma vida senão olhar para os seus pequenos e dizer-lhes:


-Durmam aqui em meu peito!


Mas não precisa ser só peito, pode ser colo, pode ser cafuné, pode ser abraço, pode
ser beijo. E o pequeno espaço de tempo transformou-se em horas, em dias, anos,
séculos, história. A eternidade só pode ser alcançada de duas formas: em pequenos
dormindo em seu peito ou em obra. Obra que faz que o nome de quem a criou possa
ser rememorável e vivente para quem a leu, a viu, visitou, vestiu, comeu, bebeu,
sentiu, amou. E tudo isso porque havia uma criança dormindo em meu peito.


Catei os fósforos ao chão.


E nada mais importava.

(para Álvaro)

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quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O CULTO

Em vida nem cigarro nos beiços colocou. Amor fez poucas vezes. Só trepou,
trepou, trepou e trepou. Como queria que um Bukowski baixasse nele como um Exú
e abrisse seus caminhos em rubro, em encarnado, encarnado de sangue e suor.
Mas nada demoníaco, pois do demônio só vem o mal, vide ao que aconteceste com
Adrian Leverkühn e sua vida faustica. O que queria não vêm dos céus nem dos
infernos. Vêm da terra ardida de homens, mulheres e crianças. Vêm da terra
molhada de lágrimas e risos, e do germinar eterno do homem em homem. Queria o
saber final do que nos faz poder viver e não mais encerrar esta vida tão miserenta de
desgraças e angústias. E poder dizer a todos: - Descobri! – Descobri! – Descobri
porque vivem!- Descobri a razão de vivermos!- Descobri! -E finalmente lhes direi a
resposta. -A resposta é, é, é: - ...................ih, morri!


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CORES

Minhas palavras são vermelhas.
Meus poemas são cinzas.
Eu?
Eu sou colorido, em tons pasteis.


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quarta-feira, 14 de novembro de 2007

13vírgulas

13 vírgulas
As vírgulas são engraçadas, você não sabe onde
as coloca, pois o tempo é fundamental para obtê-las,
por isso que exclamações, interrogações, são mais bonitas, são
imediatas, então fundarei o MPRV, Movimento Para a Retirada das
Vírgulas, talvez como o tempo é longo e a vida é
pouca, vírgulas brequem o ritmo, bom, eu prefiro
o ponto final,


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No Topo Da Montanha

Minha coragem me disse um dia: - Suba ao topo da montanha!
Então eu fui.
Passei pelos vales, muitos.
Então passando vi:
Mendigos guardando dinheiro nos bolsos.
Crianças comendo melecas às escondidas.
Gemidos no asilo.
Sorrisos nos velórios.
Pais dizendo a verdade.
Padres molhando o pão no vinho.
Madres rezando em voz alta.
Palhaços chorando.
Pessoas olhando nos olhos.
Amigos aos tapas.
Um abraço entre um homem e uma mulher.
Um menino surdo ouvindo o que a menina muda dizia.
Barulho de silêncio.
Gente andando com os corações parados.
Então cheguei ao topo da montanha e minha coragem disse: - Desça!
Então olhando os vales.
Tive medo.
Então desde então vivo no topo da montanha.


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sábado, 10 de novembro de 2007

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Road Movie

Cheguei na rodoviária terça de manhã.
- Seu moço onde posso tomar um banho?
-Acabou o sabonete, somente no mercadinho.
- Por favor, um sabonete?
-Não tem não, a remessa ficou lá com o prefeito. Somente
na sede da prefeitura do município de Piripirí do Norte
é que fornecem sabonetes.
- Seu moço, por favor, um sabonete?
- Num tem não, mas a gente tá precisando de alguém pra
bater uns ofício, o sinhô num qué não?
- Tá bão então!
- Desde então sou “acessor” direto do prefeito.

(para Lúcia Helena Ramos)


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terça-feira, 6 de novembro de 2007

CIÊNCIA

Sei e não sei
Eu sou a questão.




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Sombrio

O céu é claro
e como a felicidade cega os olhos!

A leveza de ser pluma ao vento. Amo. Amo profundamente.
Amo como na poesia de J.G. de Araújo Jorge.
Amo o momento, as coisas e as pessoas.
Am...
...
... mentira!

Claras e límpidas são as incertezas
[minhas.
Tudo que sei é da nuvem sobre o abismo.
Pergunto: abismo ou medo?
E sozinho vou sem saber em que buraco cair.
Mas isso passa... ou passarinho?
O céu é claro...

(para Mário Quintana)



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quarta-feira, 31 de outubro de 2007

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Beijo com olhos fechados


Até meus 25 anos eu sempre
beijei de olhos abertos.

Não sei ao certo quando
começou esta prática.

Só sei que desde que eu lembro que
comecei a praticar o ato do beijo,
eu sempre beijo de olhos abertos.

Isso tem suas implicações:

Você pode verificar se ou quando sua
língua está agradando a parceira(ou para
quem quiser: parceiro ou vice-versa);

Pode analisar as variações dos movimentos
das pálpebras da respectiva menina(ou outros)
e ver seu estado de excitação momentânea;

Pode medir o grau de satisfação alheio e tentar
melhorar o mecanismo lingual do seu beijar.

Enfim...

Porém hoje fica decretado!
Juro que a partir de agora só beijarei de olhos fechados!

... mas uma olhadinha de rabo de olho, de vez em quando,
não faz mal a ninguém.


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segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Legião dos Super-Heróis


Supere fidelidade caro amigo EM-Fim-El.
Supere meu sucesso que não existe, pois não supero este seu.
Super espere a mim ou a eu?
Superestime, time, Time, tome o que é meu ou nosso?
Sim, tomaste.
Homem eu era, mas perdi.
Não o que todos perdem.
Perdi mais.
SSSSSuperHomemNoPoderes tive, não superei.
Quebre inícios, com: cripta de morte, tom de música, ninfa de mulher, ta- de tambor.
Clame. Grite. Chore. Durma. Relente ao relento. Crie e cultive rosas.
Amigos não são plantas, plantas morrem, as de plástico não... falecem.
Poder pode.
Tempo demora, as vezes não.
Rápido voa, eu não estou voando, estou parado.
Triste.
Ajude-me a voar, a engatar a... Câmbio automático.
Te espero.
Inimigo Fim-El.
Supere fidelidade caro amigo Fiel.


(para André Andrade)


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quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Toc

O vento a balançar, cabelos.
A velha triste, a criança de colo.
O barulho.
A velocidade.
Jornal esquecido no banco.
Entrar, sair.
Chegar.
Dormir.
Bater com a cabeça na janela. Sujeira.
O amanhecer, o entardecer, o anoitecer.
O dia.
Simplesmente Viver.
005 Mesquita x Praça Máua.
Ponto Final .


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quarta-feira, 24 de outubro de 2007

terça-feira, 23 de outubro de 2007

POEMA DO ÚLTIMO MINUTO DE VIDA

Queria uma coca-cola! Queria ter comprado aquele carro
(lembra Bem)! Queria ter passado na casa da mamãe!
Benzinho você sabe que eu t... Bem... traga um pouco de
água para mim! A comida do Hospital é horrível! Eu odeio
aquela enfermeira gorda! O cara aqui do lado solta gases
horrendos! Benzinho você sabe que eu te a... que eu t...
te... vo... be...que...
..........
..........
VÓZINHA ... É VOCÊ MESMO?!?!?!?!?!?!?




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domingo, 21 de outubro de 2007

Crisântemo

Definitivamente eu odeio plantas e flores. Nunca gostei delas. Azulejem a Amazônia. Não entendo as pessoas que ficam conversando com suas plantinhas mudas e estáticas. Muito mais normal é conversar com seu cachorro, pelo menos este pode latir.

Um dia tentei gostar de algumas delas.

As rosas são insuportáveis, românticas, meladas, melosas, rosas, brancas, amarelas, não tem azul, e ainda têm espinhos.

Os girassóis são plásticos, Van Gogh os pintou com seu amarelo forte, forte como o sol, chega a doer as vistas com aquele amarelo sol-na-cara.

As orquídeas são raras, possuem quase todas as cores, climáticas, temperamentais, petulantes, arrogantes e metidas.

As azaléias são de cor lilás, grandes, esbeltas, abertas, quase parecem borboletas, eu prefiro as borboletas.

Os cactos são sinceros, robustos, corpulentos, guerreiros, muitos espinhos, enfim, são feios pra caramba!

E o copo de leite? Com esse nome! Sem chance.

Por fim tentei e encontrei, Crisântemo.

Crisântemo: “Originário da Ásia, foi adotado como símbolo nacional pelo Japão. Hoje em dia destaca-se o tipo margarida, bastante comum no Brasil e na Europa. As cores podem ser as mais diversas possíveis, destacando-se: o branco, amarelo, vermelho, lilás, roxo, salmão e a mistura dessas cores em tais variedades. O Crisântemo é uma planta de dia curto, florescendo naturalmente no inverno.”

Olha que bacana que descobri, planta de variadas cores, símbolo do Japão, exótica e ao mesmo tempo comum, gosta do tempo frio, como eu. Consegui e arranjei meu Crisântemo.

Tentei conviver com meu Crisântemo por algum tempo. Não deu certo. Descobri que ele necessitava de muita atenção. Vários estímulos e detalhes. Gotas de orvalho ao luar, palavras doces de compreensão até chegar à exaustão, paciência com suas crises nervosas devido ao calor e à umidade, diversas manchas estranhas desenvolvidas em seu corpo, ameaçou jogar o seu próprio vaso sobre minha cabeça, várias vezes. Com o tempo nossa relação foi se deteriorando, deteriorando, até que um dia não teve jeito. Ele me largou, me mandou embora e disse para que eu nunca mais voltasse, foi o fim, mas acabei concordando.

Portanto não tem jeito, não posso conviver com plantas ou flores. Azulejem o Pantanal! Odeio-as. Adeus. Sim, adeus meu Crisântemo amado, adeus às suas flores, adeus para sempre.

À Deus.


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sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Profecia

Ela sorriu.
A profecia se completa mais uma vez.
O riso frouxo e alto retrata minha estupidez.
Ó tolo bobo, trêmulo de alguém.

Ela sorriu.
Não para mim, mas de mim, talvez.
Talvez como certeza, certeza clara e por vez.
Abro o coração para dentro, para ninguém.

E a dor persiste tanta e forte, insensatez.
Começar de novo é tão difícil, parar para ver o que fez.
E criar um novo amor, por dentro, e por quem?
Ela sorriu.

E um sorriso nunca doeu tanto.
Na verdade sorrisos são dores disfarçadas.
Disfarçamo-las de dentes e hálitos.
No fundo choramos o que não conseguimos com os
sorrisos gastos.

Eu não consigo nem chorar.
Então sorrio, sorrio como todos os outros.
Sorrio para que, talvez ou por vez, alguém ou ninguém me ouça.
Ela sorriu e eu ouvi.


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quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Presente n.1

Melissa do meu jardim, mesmo que eu meu quintal seja de concreto.
Helena da minha Grécia, mesmo que romano seja o correto.

Lennon da minha dupla, mesmo que eu seja uma orquestra.
Cura da minha peste, mesmo que cure quem (eu) não presta.
Olhar azul profundo, mesmo quando meu olho cega.

Rizo da minha boca, mesmo quando ela não fala.
Lágrima do meu pranto, mesmo quando a alegria exala.
Alegria da minha vida, mesmo quando a minha vida... acaba.


(para Eliza Rizo)



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Matéria

Não lhe darei um presente “material”.
Materializo o que os humanos sabem.
Saber o que fica? (são palavras).
Fica!
Não sei se amanhã estarei lhe dando conselhos.
Não sei se amanhã lhe darei: - Bom Dia!
Não sei se amanhã estarei...vivo.
Sei!
Somente sei.
Quando me chamar.
Estarei.
E só lhe darei o que sei.
Minhas palavras.




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Aladim


Todos os gênios são prepotentes.
Não porque sejam gênios,
mas porque se acham gênios.
E se achando gênios se sobressaem
sobre aqueles que se acham iguais.
Então gênio sou.

Todos os gênios são estúpidos.
O pior que todos que acham os gênios...
gênios, são os estúpidos.
Minha estupidez é genial.

Genial não!
Geniosa.
Gênio estúpido.
Normais estúpidos.
Estúpida sabedoria.



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APTO

Todo dia que entro no metrô, me apaixono.
Um segundo de olhares me arrancam suspiros, estando apto
a torpedear a pessoa com olhares obscenos e ao mesmo tempo
fraternais.
Todo dia que passa o ônibus encontro a mulher da minha vida,
com seus olhos longos, cheiros claros, voz macia...

Todo dia vejo a mãe de meus filhos e vejo que meus filhos
seriam negros,
ou mulatos, ou louros, ou amarelos, vermelhos...
Todo dia chego em casa, sozinho, e lampejo sonhos
de caricias nos cabelos,
o toque entre as pernas, o levitar dos olhos.
Vivo uma eternidade só.
E só sou.
Sou como as melodias tristes que escuto e as palavras
alegres que digo.
Vivo eternamente a amar o vazio e o inimaginável.
E vejo que amo a todos e que a cada esquina encontramos
nossos eus e nossos vós.
E vivo eternamente só.
... todo dia que saio do metrô, me apaixono.


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Obvious Lounge: Palavras, Películas e Cidades

Obvious Lounge: Palavras, Películas e Cidades
Agora também estamos no incrível espaço de cultura colaborativa que é a Obvious. Lá faremos nossas digressões sobre literatura, cinema e a vida nas cidades. Ficaram curiosos? É só clicar na imagem e vocês irão direto para lá!

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Palavras Sobre Qualquer Coisa - O livro!

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Para efetuar a compra do livro no site da Multifoco, é só clicar na imagem! Ou para comprar comigo, com uma linda dedicatória, é só me escrever um email, que está aqui no blog. Besos.

O autor

Vinícius Silva é poeta, escritor e professor, não necessariamente nesta mesma ordem. Doutor em planejamento urbano pelo IPPUR/UFRJ, cientista social e mestre em sociologia e antropologia formado também pela UFRJ. Foi professor da UFJF, da FAEDUC (Faculdade de Duque de Caxias), da Rede Estadual do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC) e atualmente é professor efetivo em sociologia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Criou e administra o Blog PALAVRAS SOBRE QUALQUER COISA desde 2007, e em 2011 lançou o livro de mesmo nome pela Editora Multifoco. Possui o espaço literário "Palavras, Películas e Cidades" na plataforma Obvious Lounge. Já trabalhou em projetos de garantia de direitos humanos em ONG's como ISER, Instituto Promundo e Projeto Legal. Nascido em Nova Iguaçu, criado em Mesquita, morador de Belford Roxo. Lançou em 2015, pela Editora Kazuá, seu segundo livro de poesias: (in)contidos. Defensor e crítico do território conhecido como Baixada Fluminense.

O CULPADO OCUPANDO-SE DAS PALAVRAS

Contato

O email do blog: vinicius.fsilva@gmail.com

O PASSADO TAMBÉM MERECE SER (RE)LIDO

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