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domingo, 21 de outubro de 2007

Crisântemo

Definitivamente eu odeio plantas e flores. Nunca gostei delas. Azulejem a Amazônia. Não entendo as pessoas que ficam conversando com suas plantinhas mudas e estáticas. Muito mais normal é conversar com seu cachorro, pelo menos este pode latir.

Um dia tentei gostar de algumas delas.

As rosas são insuportáveis, românticas, meladas, melosas, rosas, brancas, amarelas, não tem azul, e ainda têm espinhos.

Os girassóis são plásticos, Van Gogh os pintou com seu amarelo forte, forte como o sol, chega a doer as vistas com aquele amarelo sol-na-cara.

As orquídeas são raras, possuem quase todas as cores, climáticas, temperamentais, petulantes, arrogantes e metidas.

As azaléias são de cor lilás, grandes, esbeltas, abertas, quase parecem borboletas, eu prefiro as borboletas.

Os cactos são sinceros, robustos, corpulentos, guerreiros, muitos espinhos, enfim, são feios pra caramba!

E o copo de leite? Com esse nome! Sem chance.

Por fim tentei e encontrei, Crisântemo.

Crisântemo: “Originário da Ásia, foi adotado como símbolo nacional pelo Japão. Hoje em dia destaca-se o tipo margarida, bastante comum no Brasil e na Europa. As cores podem ser as mais diversas possíveis, destacando-se: o branco, amarelo, vermelho, lilás, roxo, salmão e a mistura dessas cores em tais variedades. O Crisântemo é uma planta de dia curto, florescendo naturalmente no inverno.”

Olha que bacana que descobri, planta de variadas cores, símbolo do Japão, exótica e ao mesmo tempo comum, gosta do tempo frio, como eu. Consegui e arranjei meu Crisântemo.

Tentei conviver com meu Crisântemo por algum tempo. Não deu certo. Descobri que ele necessitava de muita atenção. Vários estímulos e detalhes. Gotas de orvalho ao luar, palavras doces de compreensão até chegar à exaustão, paciência com suas crises nervosas devido ao calor e à umidade, diversas manchas estranhas desenvolvidas em seu corpo, ameaçou jogar o seu próprio vaso sobre minha cabeça, várias vezes. Com o tempo nossa relação foi se deteriorando, deteriorando, até que um dia não teve jeito. Ele me largou, me mandou embora e disse para que eu nunca mais voltasse, foi o fim, mas acabei concordando.

Portanto não tem jeito, não posso conviver com plantas ou flores. Azulejem o Pantanal! Odeio-as. Adeus. Sim, adeus meu Crisântemo amado, adeus às suas flores, adeus para sempre.

À Deus.


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5 comentários:

Lux (Lucia Helena Ramos) disse...

uma só palavra: amei!!!
[me lembrou o principe com sua rosa mal-humorada!]
flores são problemáticas...como são...
bj!

Priscila Bispo disse...

Lembro desse poema, da época em que foi escrito e que gostei dele logo de cara.
Vida longa ao nosso ''poetinha''!
=*

Anônimo disse...

e que tal a pata de vaca?

palavras sobre qualquer coisa disse...

Pois é amigo André, a pata de vaca foi a única que deu certo, rs. E ela está ainda hoje, na minha calçada, verdejante e nos proporcionando suas flores nas desreguladas estações de ano deste país.

Aquele abraço.

Anônimo disse...

Hahaha.....essa é muito legal Vi!!
Adoro muito!
Legal vc falar de flores...

Eu sou fã de cactus!
Sempre tive vontade de colecionar e nunca fiz até ter minha propria casa.
A sorte é que minha sogra me ajudou bastante, me passando um mooooonte de "guaguitas" (brotinhos) no mesmo inverno quando nos mudamos de casa.
Eles passaram todo o inverno quietinhos, pareciam que nao queriam crescer.... Mas na primavera foi uma explosao! que lindo....
Cresceram loucamente...deram florzinhas vermelhas e lilases.
Nao sei de onde surgiu essa minha paixao por cactus. Sinceramente.
Acho que é porque eles sao gorduchitos e graficos....nao sei. Nem me importo com os espinhos. Não me molestam em nada.

Ah! queria registrar também que gosto demais das margaridas. São gratuitamente simpáticas.
Me encantam!!!

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O autor

Vinícius Silva é poeta, escritor e professor, não necessariamente nesta mesma ordem. Doutor em planejamento urbano pelo IPPUR/UFRJ, cientista social e mestre em sociologia e antropologia formado também pela UFRJ. Foi professor da UFJF, da FAEDUC (Faculdade de Duque de Caxias), da Rede Estadual do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC) e atualmente é professor efetivo em sociologia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Criou e administra o Blog PALAVRAS SOBRE QUALQUER COISA desde 2007, e em 2011 lançou o livro de mesmo nome pela Editora Multifoco. Possui o espaço literário "Palavras, Películas e Cidades" na plataforma Obvious Lounge. Já trabalhou em projetos de garantia de direitos humanos em ONG's como ISER, Instituto Promundo e Projeto Legal. Nascido em Nova Iguaçu, criado em Mesquita, morador de Belford Roxo. Lançou em 2015, pela Editora Kazuá, seu segundo livro de poesias: (in)contidos. Defensor e crítico do território conhecido como Baixada Fluminense.

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