O CULTO
Em vida nem cigarro nos beiços colocou. Amor fez poucas vezes. Só trepou, trepou, trepou e trepou. Como queria que um Bukowski baixasse nele como um Exúe abrisse seus caminhos em rubro, em encarnado, encarnado de sangue e suor. Mas nada demoníaco, pois do demônio só vem o mal, vide ao que aconteceste com Adrian Leverkühn e sua vida faustica. O que queria não vêm dos céus nem dos infernos. Vêm da terra ardida de homens, mulheres e crianças. Vêm da terramolhada de lágrimas e risos, e do germinar eterno do homem em homem. Queria o saber final do que nos faz poder viver e não mais encerrar esta vida tão miserenta de desgraças e angústias. E poder dizer a todos: - Descobri! – Descobri! – Descobri porque vivem!- Descobri a razão de vivermos!- Descobri! -E finalmente lhes direi a resposta. -A resposta é, é, é: - ...................ih, morri!
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O autor
Vinícius Silva é poeta, escritor e professor, não necessariamente nesta mesma ordem. Doutor em planejamento urbano pelo IPPUR/UFRJ, cientista social e mestre em sociologia e antropologia formado também pela UFRJ. Foi professor da UFJF, da FAEDUC (Faculdade de Duque de Caxias), da Rede Estadual do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC) e atualmente é professor efetivo em sociologia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Criou e administra o Blog PALAVRAS SOBRE QUALQUER COISA desde 2007, e em 2011 lançou o livro de mesmo nome pela Editora Multifoco. Possui o espaço literário "Palavras, Películas e Cidades" na plataforma Obvious Lounge. Já trabalhou em projetos de garantia de direitos humanos em ONG's como ISER, Instituto Promundo e Projeto Legal. Nascido em Nova Iguaçu, criado em Mesquita, morador de Belford Roxo. Lançou em 2015, pela Editora Kazuá, seu segundo livro de poesias: (in)contidos. Defensor e crítico do território conhecido como Baixada Fluminense.
Contato
O email do blog: vinicius.fsilva@gmail.com
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Um comentário:
a vida passa o tempo todo...mas descobrir a resposta já é um consolo, alívio, esperança...eu, contrariando o cronômetro, prefiro descobrir as perguntas. Certa vez uma numeróloga me disse que eu tinha nascido ao contrário, velha. Eu, com 23 anos e feliz, acreditei. E acredito, até hoje. Por isso me mantenho atenta aos enunciados...
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