terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Causa e Efeito
Se mal te conheço, e as vezes esqueço seu nome e seu rosto
me foge pela memória afora...
Por que devo escrever palavras rimadas, em versos e prosas,
com ritmos alexandrinos e precisos, pois sequer sei quem és.
Por que, devo?
Por que deveria fazer juras de amor eterno e inesgotável
para alguém que não reconheço. Palavras doces de orvalho
numa noite de inverno também não deveriam ser ditas.
Por que devo sonhar acordado se só te conheci por uma noite.
Por uma dança. Breve e rápida. Por que meus olhos brilham
quando não lembro do seu rosto claro?
Clara é a luz que me cega.
Não! Não farei esse poema. Não irei acordar pela madrugada
psicografando palavras de paixão ao léu.
Definitivamente não irei fazer isso!
Mas... por que meus olhos estão molhados, meus rosto inchado e
minha pele encarnada?
Não. Definitivamente não deveria ter escrito esse poema.
Que triste fim ao poeta.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
O autor
Vinícius Silva é poeta, escritor e professor, não necessariamente nesta mesma ordem. Doutor em planejamento urbano pelo IPPUR/UFRJ, cientista social e mestre em sociologia e antropologia formado também pela UFRJ. Foi professor da UFJF, da FAEDUC (Faculdade de Duque de Caxias), da Rede Estadual do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC) e atualmente é professor efetivo em sociologia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Criou e administra o Blog PALAVRAS SOBRE QUALQUER COISA desde 2007, e em 2011 lançou o livro de mesmo nome pela Editora Multifoco. Possui o espaço literário "Palavras, Películas e Cidades" na plataforma Obvious Lounge. Já trabalhou em projetos de garantia de direitos humanos em ONG's como ISER, Instituto Promundo e Projeto Legal. Nascido em Nova Iguaçu, criado em Mesquita, morador de Belford Roxo. Lançou em 2015, pela Editora Kazuá, seu segundo livro de poesias: (in)contidos. Defensor e crítico do território conhecido como Baixada Fluminense.
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