Definitivamente não existe ex-amor.
A impossibilidade de esquecer alguém por quem algum dia, ou por alguma ocasião, olhamos nos olhos e falamos – Eu te amo! – é algo realmente inquestionável.
Como esquecer os pequenos detalhes que só podem existir naquela pessoa, especificamente naquela única pessoa, por quem se nutriu desejos, tesões, raivas, angústias e bem-quereres. Sentimentos também temos com todos os outros, os amigos, parentes ou conhecidos. Mas como esquecer os detalhes de um amor?
Como esquecer a carícia no cabelo em uma tarde chuvosa, a tatuagem de estrela nas costas, o cheiro do perfume que somente ela (ele) tem, a espera no ponto de ônibus para poder chegar na longínqua casa em que sua amada (o) reside. Como esquecer?
Os amores não podem ser esquecidos, nunca, e nem levarem a alcova de “ex”. Mágoas, raivas, decepções, traições, não há como negar, existem, mas nenhum ex-relacionamento pode ser cunhado de ex- amor. A lembrança sempre está lá, para nos espezinhar e colocar-nos em lágrimas nos olhos ou em lágrimas invisíveis, da alma.
Quem nunca voltou ao lugar de um primeiro encontro?
Quem nunca suspirou a velha música de nós dois?
Quem nunca chorou pelo ex-amor (?) que era pra ser para sempre?
Todas aquelas pessoas que dizemos amar algum dia (se este não foi um comentário mentiroso) estarão eternamente impressas em nossa lembrança. E como negar a inexistência delas se a cada momento que as vemos em nossas mentes estamos novamente a revivê-las, a torná-las infinitamente vivas e para sempre e sempre e sempre...Não adianta tentar se enganar, solteiro ou casada, viúva ou separado, todos temos em nossas memórias o ardor da lembrança bela e gentil daquele beijo primaveril e quente, daquela cena de ciúmes terrível, daquele olho no olho inesquecível.É por isso que todos os términos de relacionamentos são sofridos e sofríveis, pois teremos que nos desgarrar dos nossos pequenos detalhes de perfeição, da vida sã. E são desses pequenos detalhes costurados que podemos levar a vida adiante, para podermos conquistar novas aventuras e amantes. São desses pequenos retalhos de amores que construímos a plataforma de onde esperamos a vida passar e tentamos pegá-la em uma carona veloz, na difícil viagem para a feliz cidade.
Boas viagens.Definitivamente não existe ex-amor.
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Um comentário:
Amei o texto professor! =) Tô com saudades das suas aulas... =/ Beijinhos.
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