A agora ex-ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Matilde Ribeiro, foi acusada de usar o cartão de crédito corporativo (odeio essa palavra) do Estado para gastos pessoais, como o aluguel de carros caros por um período superior ao da agenda oficial, e por comprar produtos em uma loja Duty Free (sem a cobrança de impostos), que na verdade são aquelas lojinhas nojentas para extrangeiros e brasileiros gastarem seus $euros (o $dólar está em baixa) e $reais quando chegam ou saem do Brasil. A pergunta: por que não temos lojinhas sem uma montanha de impostos para todos os brasileiros? Essa eu deixo sem resposta...
O importante é que a ex-ministra ADMITIU que cometeu um ERRO ao usar dinheiro público para gastos pessoais. Gente... tudo bem, com isso já estamos acostumados, né? A gente até vota de 4 em 4 anos, todo mês de Outubro.
Mas vamos agora ler a nota oficial do PT (Partido dos Trabalhadores?) e de seu respectivo presidente, Ricardo Berzoini:
"O Partido dos Trabalhadores se solidariza com a ministra Matilde Ribeiro e lamenta sua saída da Seppir, pasta que comandou com dignidade e competência desde o início do primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva"
Até aí morreu Inês, mas vamos ver a seguir a citação retirada de uma notícia publicada pelo site Terra:
"Na nota, o PT ressalta a posição da ex-ministra em defesa das cotas para negros e índios nas universidades. E avalia que as políticas da Seppir foram alvo da "intolerância secular que domina parte da sociedade brasileira" e que "as eventuais irregularidades cometidas motivaram ataques e insinuações em tom abertamente preconceituoso, não só contra a ministra, mas contra a própria existência da Seppir"".
"O partido afirma, ainda de acordo com a nota, que vai acompanhar com tranqüilidade a investigação do uso do cartão corporativo e que "tem convicção de que o governo do companheiro Lula dará continuidade às políticas desenvolvidas pela Seppir"".
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI2311198-EI7896,00.html
Sei que nunca devemos nos acostumar com o saque secular de nosso dinheiro público, que devemos bradar como leões contra o roubo e o escárnio em nossas caras, e definitivamente acabar com o "jeitinho" brasileiro (falo do jeitinho pérfido) em nossas vidas cotidianas.
Mas além de todos os problemas, que já conhecemos, algo passa a me preocupar com mais ardor.
O roubo está sendo racializado! Quando o partido do presidente da República tenta "afagar" uma ministra que admite que se utilizou de dinheiro público para fins particulares, passamos a viver em um momento perigoso de nossa tão bradada história de tolerância racial.
De que tolerância estamos falando? Será que estamos falando de um "roubo tadinho/a"?
Será que vamos ter um "roubo" menos "roubo" devido à cor da pele de alguém. E parece que isso já está em processo, pelo que podemos ler na nota emitida por um dos maiores partidos do país, o partido do presidente da República.
Estamos racializando as vagas nas universidades!
Estamos racializando a pobreza!
Estamos racializando o roubo do dinheiro público!
Sei que o tema é polêmico, mas o PSQC não vai fugir dele. Entraremos e aprodundaremos (eu e os leitores do PSQC) esse tema e, espero, o debate.
Em breve.
Em breve.
Não podia deixar isso passar em branco, ou em negro, ou... moreninho (pra quebrar o gelo).
Até.
2 comentários:
Espero, realmente, que sua verve política se manifeste sobre este assunto.
Abraços.
Irá se manifestar bem em breve Lair, quando você menos esperar lançarei novidades sobre o tema.
Aquele abraço.
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