
Carne trêmula de movimento.
Não tens pele, tens escama!
Não és negra, nem alva, tens
Cor de terra.
Negros são teus pelos e poros,
Negras são tuas ancas e pernas.
Mas tu não tens pernas.
Tinham razão, elas existem!
Peixe e mulher, conjulgados
Em um só ser.
E seu canto grita, alto e bravo.
Não se enganem!
Não hão de escapalhar-lhe.
Nenhum homem sobreviveu
E até mulher, pelo que se sabe,
Quase se perdeu.
E eu vou adentrando ao mar,
Cada vez mais, sabendo que irei
Me afogar, nos braços de Dona
Janaína, no colo de Yemanjá.
De braços dados com minha sereia.
Meu monstro do mar.
E assim, afogado com ela, feliz eu vou estar.

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Um comentário:
Já estava com saudade de ler esse poema.
O primeiro feitinho pra mim!
Amei!!
Mais vaidosa impossível...
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