segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Dois dedos de Poesia e um de Prosa
comparado ao de anos atrás.
O jogar bola na rua de terra.
O soltar pipa na laje, com os berros
maternais de cuidado ao fundo.
A vizinhança quase interiorana de algum
lugar perdido no mapa.
Quase....
Os garotos ao som de funk,
a brincar suas “noróticas” coreografias.
O namoro substituido pelas modernas
formas de “pegação”.
A molecada com sua velocidade
internética de raciocínio digital.
Mesquita tornando-se o mais novo
município do Estado do Rio de Janeiro.
...novidades!
O que não muda é o espanto de
alguém (principalmente se for algum
carioca da “gema”) ao ouvir o local da
sua residência e/ou nascença:
- O quê? Mesquita? Onde?
Não muda é a doce amarga interseção
entre o moderno e o conservador, o
interior e a cidade, o antigo e o novo.
Não muda é a vida ainda marcada de
“bons dias” e “boas noites” ao passar
e passear.
Muda é a marca indelével que carregamos
ao nascermos em um lugar que carrega
consigo a mistura da poeira do atraso
com o frescor de uma insípida modernidade.
É pensar que tão perto da cidade
maravilhosa, temos um outro universo de
melancolias, esquecimentos, alegrias e lembranças.
E lembrar que em qualquer lugar que
estejamos, em Londres, Milão, São
Paulo, Brasília ou em Natal,
aquele som de - "Bom dia!" - carregado de
cheiro de terra molhada, sempre irá ecoar
pelos nossos ouvidos, sempre.
Então somos duas “coisas”, uma
metamorfose do novo e do antigo, onde
atravessamos galáxias distantes e
distintas, adentrando no universo urbano
para trabalhar e correr, e voltando ao
ante-universo do interior para deitar e
dormir.
E lembrando disso tudo, as noites nunca
foram tão gostosas como as noites em
casa, as noites com pai, mãe e irmão.
As noites mesquitenses.
Observação: Você pode substituir, e pensar, o cenário
desta prosa-poema pela cidade/bairro/país de sua predileção.
(para Sérgio Fonseca)
Esta obra está licenciada sob uma
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quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
"Eu sou a Lenda" (2008).
Direção: Francis Lawrence.
Com: Will Smith e Alice Braga.
O filme é baseado no livro de mesmo nome, lançado em 1954, e escrito por Richard Matheson. Duas outras versões cinematográficas baseadas na mesma história já foram feitas, uma em 1964, de nome "Mortos que matam" (The Last Man on Earth), e a outra em 1971, com nome "A Última Esperança Sobre a Terra" (The Omega Man).
A história é parecida com outras tantas que já vimos por aí nos últimos anos, como em "Extermínio", "Resident Evil", entre outros. Uma pseudo-cura para o câncer é descoberta e os testes em alguns milhares de seres humanos são realizados, depois de algum tempo esse vírus gera uma mutação e a maioria da humanidade morre de hemorragia, o restante se transforma, se transforma... em... em... zumbis! Alguém lembra de filmes parecidos?
Os testes iniciais são feitos na ilha de Manhattan. Depois dos resultados contrários da vacina, a ilha é isolada. Os habitantes infectados são deixados para trás. O médico e tenente-coronel do Exército, Robert Neville (Will Smith), é um dos poucos habitantes que desenvolve imunidade contra o vírus, que se propaga pelo ar e pelo contato sanguíneo. Neville também envia sua família para fora da ilha e depois de 4 anos do vírus espalhado pelo globo terrestre, torna-se o "único" habitante "ser-humano" de toda Nova Iorque.
Diferente dos outros filmes citados acima "Eu sou a Lenda" é bem dirigido e bem produzido. O roteiro é simples, não é necessário ser explicado para ser entendido, basta ser visto, e nesse ponto o próprio roteiro desenvolve possibilidades de diálogos dentro da solidão forçada de Neville, até porque ele não está só na cidade: há Sam, na verdade, Samantha, uma cadela. Calma! Isso não é um adjetivo para uma má atriz, mas é que Neville vive com uma cachorra, que por sinal "rouba" várias boas cenas.
O interessante neste tipo de filme é que você sabe como, quando e o enquadramento exato (isso para quem tem um mínimo de anos em frente à telona) em que o diretor irá lançar aquele belo susto, e fica esperando, e contando, e se precavendo e mesmo assim... toma a porra do susto! Mas além dos sustos que o filme oferta (e ele se propõe a isso), também instiga algo mais do que algumas palpitações nervosas na cadeira do cinema.
Will Smith, a cada dia que passa, prova estar se transformando em um grande ator. Seu Neville é desesperançoso, triste, culpado e mesmo assim tem alma, e o melhor, é realmente humano. As imagens de uma Nova Iorque abandonada, e parcialmente destruída, são excelentes. Os zumbis são iguais a quaisquer outros zumbis de filmes hollywoodianos, feitos em computador.
"Eu sou a Lenda" faz pensar sim (pelo menos um pouco). Faz pensar nos rumos que a engenharia genética e a manipulação do DNA podem acarretar. Sabemos que, provavelmente, não nos tornaremos zumbis comedores de gente, mas os resultados das experiências presentes podem afetar de maneira decisiva o futuro. Os vírus já estão com a gente por milhares de anos e a neura de que novos vírus são criados em laboratórios para que "curas" sejam milionariamente vendidas, persiste. A interpretação de Will Smith demonstra o desespero de um homem que tem culpa e desesperança e por isso se vê responsável em tentar mudar, ou pelo menos melhorar, o pior dos panoramas.
"Eu sou a Lenda" não é somente uma máquina de sustos justamente por essa interpretação de seu protagonista.
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Sobre Países
O sal não salga
O açúcar não adoça
O Sol não esquenta
A chuva não molha
No Brasil:
O sal tem iodo
O açúcar amarga
O Sol arde
A chuva alaga
(Por Adja Ferreira e Vinícius Silva)
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Filiação
achei que nossos músculos bombeadores de sangue possuíssem razões diferentes
para tornar nossas vidas, no passado e no presente, possíveis. Há pouco tempo
percebi que o nome Vinícius é um nome no plural, não precisa acrescentar o -s para se
chamar mais de um deles. Sempre se é chamado como um múltiplo, e precisamente
de múltiplas almas necessitamos como combustível de nossa existência. Então
passei a entender o que herdei de Francisco e de Vinícius. E são esses sentimentos
que impulsionam nos dias de hoje minha víscera coração a bater até o dia em que
terá de se calar. Oxalá Vinícius poetinha. Oxalá meu pai. Oxalá!
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
Companhia Das Letras - 2006
"Estorvo" é quase um delírio. Um tempo fora, ou dentro. Não se pode ou se deve esperar um objetivo final neste romance. A narrativa e o estilo propostos pelo autor parecem convergir com a linha tênue que conduz a história para um hermetismo de tempo, um tempo próprio, um tempo turvo e que só pode ser completamente entendido na mente do personagem principal. O livro, a principio, mantém o leitor distante desta forma própria de tempo. Depois se acostuma...
Não lembro do nome do protagonista, o protagonista não possui nome, não importa de maneira alguma se ele tem um nome ou não. O que parece importar, somente, é que sua vida presente, "presente" este entendido somente como meio para se chegar a um futuro minimamente feliz, não existe, portanto, não há razão para ter metas, objetivos, desejos, vontades. Somente se sobrevive. E nesta água salobra a narrativa mistura as conjugações dos verbos entre presente, passado e futuro de presente, onde o personagem principal ante-vê os acontecimentos, como se seu delírio carregasse tons quase premonitórios de seu próprio destino. Este recurso narrativo é o mais utilizado no percorrer do livro.
Lembrem-se de que estamos falando de Chico Buarque, e em muitas partes do romance podemos perceber que os pensamentos e falas se parecem com letras de músicas de... Chico Buarque, e realmente são. Existem fragmentos soltos de algumas canções de Chico pelo texto. Também chama a atenção que os momentos de alguma felicidade do personagem estão concentrados no passado, e este vem a tona sempre a salpicar e demonstrar que o presente e o futuro são muito piores do que o passado que já foi e nunca mais será.
E isto ocorre em um Rio de Janeiro atual, contemporâneo, violento, na zona sul, na serra, em subúrbios. A embriagez de sentidos do personagem perpassa essas imagens do Rio, sem defini-las nem nomeá-las, apenas sabemos que estão lá, talvez isso seja mais simples de perceber para quem seja ou viva na cidade.
Este romance deve ser lido não com a procura de um sentido final, ou na busca de um enredo conclusivo, apesar de haver, sim, um desfecho, e que segura o leitor medianamente, para depois dar fim à confusão de lembranças. "Estorvo" deve ser entendido como uma unidade entre narrativa, forma, enredo, imagens, música, isso tudo fundido em uma proposta bem elaborada pelo autor, mas que não sabemos se necessariamente irá satisfazer os leitores. Este tempo fora do tempo pode simplesmente permanecer com o protagonista, ou mais provavelmente com o autor da obra.
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Na verdade queria ter um aspecto de ostra, de hermético... de óculos e cabelos desgrenhados, da beleza invisível e da inteligência suprema.
Então acho que quero ser a síntese do homem despojado, o poder de fuga, de prazer, da beleza, do hedonismo... e ter uma inteligência suprema... mas não, não consigo ser nem um, nem outro.
Sou uma matéria amorfa do que pretendia ser, e ainda acho que sou o que há de melhor na humanidade. Que eu não seja nada então.
Seja o que ame no momento e o que eu ame odiar. E que construa meu ser para os outros e que os outros formem o que eu queira ser.
Então quero ser um ladrão de pessoas, de suas almas e inteligências, de suas belezas e saberes, de seus medos e horrores.
Quero ser o molde humano da mistura.
Mistura do sei.
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domingo, 13 de janeiro de 2008
Híbrido
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quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Para um amigo...
Viu? É fácil, Regina vive, vive porque está viva na minha memória e posso ouvir sua voz, seu riso, seus comentários, sua camisa com a bandeira do Chile. E quando a lembrança for se esquecendo de se lembrar, vai ser o exato momento que eu vou poder dizer:
"Que saudades daquele churrasco em Niteroi, que saudades da mãe do Thiago, que saudades da Regina".
Por isso Santo Agostinho está repleto de razão. Por isso sinto que ele está sorrindo conjuntamente com Regina no céu. Um dia sorriremos também.
Besos.
Comentário postado no blog: Sopros e Farelos, da amiga Daia.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Faço tudo à noite, e de dia eu me arrasto, eu sobrevivo, sou um sanguessuga que apenas estou acordado porque devo e não porque quero. Mas vivo em uma sociedade judaico-cristã-capitalista, e como Weber já tinha dito, o protestantismo moldou as relações empreendedoras nos EUA e o mundo copiou, até mesmo o Japão. Alguém já viu algum crente dizendo que acorda tarde, ou que fica pelas madrugadas vendo filmes e fazendo poesia, eles têm que acordar cedo, trabalhar e ainda salvarem suas almas (só uma coisa me aflige: 99% dos programas evangélicos são de madrugada, acho que o Weber já caducou).
Portanto aviso! Estou em processo de transição. Estou que nem jogador de futebol que vai jogar decisão de mundial em Tóquio, me adaptando ao fuso horário. Só que é o fuso de Brasília mesmo. Tenho uma meta, tenho que acordar todo dia às 7:00 da manhã, o horário de dormir não importa, mas tenho que levantar às 7:00. Depois o corpo se encarrega de se ajustar e então serei mais um adaptado, porém notívago de coração e alma. O problema é mais sério que parece, pois se digo que acordo às 11:00 ou às 12:00 todos me olham com aquela cara:
- Vagabundo!
Talvez a única pessoa que fala abertamente que faz exatamente o que faço e todo mundo acha lindo é o Jô Soares, talvez eu tenha que ganhar uns 50Kg de gordura para as pessoas me olharem candidamente quando digo o horário que durmo e o horário que acordo. Ganhar o salário que o Jô ganha por mês também ajudaria... eu acho.
Então, mais um portanto, tenham paciência comigo, estou em processo, estou tentando me tornar um ser diurno e trabalhar pela manhã feliz e sorridente, com esse lindo calor que faz no Rio de Janeiro seja na primavera, no verão, no inverno e um pouco menos no outono.
Ih!
Acordei!
Acho que foi um sonho...
... ou um pesadelo.
Besos.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
"Meu nome não é Johnny" (2008).
Direção: Mauro Lima.
Com: Selton Mello, Cléo Pires.
O filme é "preto" e "branco" (gente o filme é colorido, é só uma metáfora), quase bipolar. Em sua primeira parte transforma o playboy da zona sul com pais omissos e usuário de drogas em um personagem sedutor, inteligente, perspicaz e que faz todos rirem dele e com ele. É a parte "branca" do filme. E é nessa perspectiva que a direção de Mauro Lima pretende levar os expectadores. O início do filme já demonstra o preâmbulo de que dias piores virão. Mas o público não liga pra isso e se diverte com as situações e o jeito inconsequente e desleixado de João Estrella (Selton Mello). E aí reside o grande e maior trunfo da película: Selton Mello.
Mais uma vez o balzaquiano ator paulistano rouba a cena, todas elas, e faz um João quase caricato mas sem cair em bobices, o João de Selton é o que se espera de um pós-adolescente sem preocupações na vida e que se envolve em uma bola de neve sem se importar com as consequências. Sua parceira de cena, Cléo Pires, parece viver uma situação sui generis para atores principiantes. Cléo Pires só precisa interpretar: Cléo Pires! Não quer dizer que isso seja necessariamente ruim, ela é bonita, tem charme e combina com Selton em cena, mas quem viu seus trabalhos anteriores (Benjamim e novelas) pode conferir que só há uma possibilidade para ela: interpretar meninas cariocas (o sotaque dela às vezes é irritante) do Leblon.
A segunda parte do filme é a "preta", lembrando-nos da alusão à bandeira alvinegra. Não como uma condição de "causa e efeito" (fez "isso", aconteceu "aquilo"), mas muito mais pela percepção de que tudo tem seu lado bom e seu lado ruim. Obviamente que alguém que faz algo ilegal possui a premissa de que em algum momento pode se dar mal, que pode ser preso. O filme parece não querer mostrar isso. João foi preso mas também poderia não ter sido, porém, e de qualquer forma, ele entraria em uma fase "negra", uma fase em que só uma reflexão interna poderia mostrar que sua vida não era tão boa assim, tão divertida. A prisão foi um caminho para isso, um "meio", mas poderiam haver outros caminhos. Cássia Kiss está muito bem na personagem da juíza que tem um papel importante no desenrolar da trama. Júlia Lemmertz está correta como a sofrida mãe que nada sabia.
"Meu nome não é Johnny" tem algo interessante e que também pode ser encontrado em "Cazuza". O filme não está preocupado com as acusações de glamourização das drogas ou do tráfico, ou com a intenção em tornar (ou não) João Estrella em um herói. Somente demonstra que alguém carismático e inteligente pode fazer coisas erradas, e se dar bem por isso (será que ninguém conhece alguém assim?). As críticas ouvidas sobre "Cazuza", de que a exaltação de certos estilos de vida seriam mal-exemplos para as pessoas que assistissem ao filme, principalmente os jovens, parecem ser bobocas e de uma idéia politicamente-correta-chinfrim, perdida nos anos 90. Quase todo mundo viu Rambo, os filmes do Bruce Willis, Tropa de Elite e ninguém fica atirando em pessoas por aí, ou não se têm notícias desses fatos violentos atreladas às pessoas que viram esses filmes. Deixemos essas maluquices para os jovens universitários norte-americanos.
"Meu nome não é Johnny" não está nem aí para a possível acusação de glamourização das drogas ou de traficantes da zona sul, somente conta uma história que parece ser bem próxima do que realmente aconteceu e isso faz do filme uma excelente pedida para se divertir (e porque não?) e para pensarmos em nossos pais e em nossos filhos.
Besos e bons filmes.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Foto de minha passagem de ano novo!
2007 / 2008
Admito que relutei para criar este blog, mas com a insistência de minha amiga e conselheira-mor Lucinha, criei-o sem muitas expectativas. Levei uma madrugada para configurá-lo, dá-lhe o título, subtítulo, gracinhas e etc. A formatação(modelo) também, a princípio, foi escolhida de forma aleatória. O blog seria meu patinho-feio onde poderia colocar meus velhos-novos textos para 3 pessoas lerem (contando comigo).
E assim fui levando o tal...
Mas algo surpreendente ocorreu, com uma velocidade estonteante meu interesse pelo blog ficou obsessivo, inusitado, enlouquecido, tarado, excitado, entre outros. Queria saber mexer em tudo, em todos os detalhes, mexer na formatação, nas letras, nas cores, na linhas verticais e horizontais, queria saber o que é HTML (alguém sabe o que é HTML?), queria postar todos os textos, de ter todos os leitores, espalhar a notícia do blog, espalhar seu título, colocar arquivos de fotos, música, youtube, orkut, mp3, mp4, e mais e mais e mais...
E depois desse consumo interno por esse espaço virtual, o que mais me levou às mais angustiantes esperas e lancinantes curiosidades foi o espaço denominado: Comentários.
É realmente algo de atormentar a alma ter que esperar pelos comentários, não, não faço questão dos comentários bons, os bonitinhos, os bem-educados, não, espero por todos, por todos os comentários, os ruins, os indiferentes, os malvados, os críticos, os "não vou com sua cara" e a cada dia que acordo abro o blog para lê-los, como um bêbado pela cachaça do dia, e quando vejo que um texto não foi comentado, fico triste, não por achar que as pessoas são obrigadas a comentá-lo, mas por vê-lo ali tão sozinho, tão carente, sem uma palavra amiga para consolá-lo ou incentivá-lo. Os poetas são muito corujas com seus filhos.
E agora, com o PSQC nascido, parido e andando com suas pernas, fico bobo e lisonjeado em saber que o mesmo detém a atenção de algumas pessoas, amigas ou distantes, mas que sempre fazem um afago ao filho e ao criador, ora pelos comentários, ora pelo orkut, ou pessoalmente. E sabendo disso prometo mantê-lo, ter zelo por ele, postar continuamente, acabar com meus velhos textos (ainda tenho bastante coisa guardada) e o mais rápido possível escrever os novos, os de 2008, 2009, 2010... e finalmente publicar meus livros, em papel, lógico.
E para o ano de 2008 o PSQC trará algumas novidades, serão criadas 5 novas seções (popularmente conhecidas como "marcadores"), estas serão: Cinefilia, Acordes, Literatos, Contos e Pensamento Solto.
Sim, terei o cúmulo do absurdo em me enveredar pelos mais diversos ramos das artes, da música ao cinema, passando pela literatura à ficção e filosofia. Tenho autoridade para tocar, falar, criticar, sugerir, amar, esculhambar, essas "coisas"? É lógico que não! E é exatamente por isso que irei fazê-lo. Tenho certeza que será um trabalho-diversão divertido. Conto com os olhos de vocês! Os marcadores Tiros Poéticos, Palavras Vermelhas, Acad"i"mia e Bobagens, continuarão enquanto forem necessários, assim como tudo neste blog, incluindo seu pai-criador.
Como desejos e metas para este ano que se inicia também deixo registrado minha vontade em ter o modelo (configuração) do blog com uma cara mais personalizada, com a fisionomia que penso que ele deve ter, e isso obviamente ocorrerá quando eu souber o que é HTML (também conto com a ajuda dos queridos leitores nesta questão) ou quando tiver dinheiro para poder pagar algum designer.
Por fim deixo claro que o PSQC é, e será, um espaço preponderantemente dedicado à poesia, mesmo com as muitas seções criadas e textos extra-poesia, mesmo nas resenhas e críticas, a poesia será o norteador das idéias. É tentador transformar o blog em um espaço para escrever sobre tudo (e isso é uma idéia realmente tentadora), para fazer dele uma agenda, um diário, escrever sobre o que aconteceu no dia, da topada na rua, no atraso do compromisso, da briga com a mãe, com a namorada. Existem muitos blogs com esse perfil, ótimos blogs, que juntam os acontecimentos do cotidiano com as crônicas dos jornais, fazendo disso textos interessantes, muitos e muitos blogs fazem isso, e com maior sucesso, lembro agora do blog do Bruno Medina (um dos músicos do Los Hermanos) e que é feito de pensamentos, cotidiano e crônicas. Tenho certeza que o blog dele, a vida dele, e as vidas cotidianas dos donos desses muitos blogs são muito mais interessantes que a minha vidinha ordinária e chata, de poeta pobre e que mora mal. Ser poeta na Zona Sul é bem diferente de ser poeta na Baixada (isso tá parecendo inveja... hum... hum... e é!).
De qualquer forma está decretado! Minha vida pessoal (sei que serei famoso) não interessa a ninguém, nem à Caras, à Contigo ou a vocês leitores (estou namorando e quero morar com ela logo, não contem para ninguém). Minhas poesias são o exemplo claro do que é a vida cotidiana urbana nessa época em que vivemos. E depois disso tudo despeço-me agradecendo todos os comentários feitos em 2007 e que eles tripliquem em 2008. Agradeço pela paciência dos velhos amigos e à generosidade dos novos.
Besos a todos.
O autor
Vinícius Silva é poeta, escritor e professor, não necessariamente nesta mesma ordem. Doutor em planejamento urbano pelo IPPUR/UFRJ, cientista social e mestre em sociologia e antropologia formado também pela UFRJ. Foi professor da UFJF, da FAEDUC (Faculdade de Duque de Caxias), da Rede Estadual do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC) e atualmente é professor efetivo em sociologia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Criou e administra o Blog PALAVRAS SOBRE QUALQUER COISA desde 2007, e em 2011 lançou o livro de mesmo nome pela Editora Multifoco. Possui o espaço literário "Palavras, Películas e Cidades" na plataforma Obvious Lounge. Já trabalhou em projetos de garantia de direitos humanos em ONG's como ISER, Instituto Promundo e Projeto Legal. Nascido em Nova Iguaçu, criado em Mesquita, morador de Belford Roxo. Lançou em 2015, pela Editora Kazuá, seu segundo livro de poesias: (in)contidos. Defensor e crítico do território conhecido como Baixada Fluminense.
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