O turbilhão começou e a vontade se torna cada vez mais incontrolável. Acordo no meio da madrugada como um louco. Dano a sentar na frente do computador, e como um vampiro literário escrevo alucinado sobre nada, pois nada do que penso, hoje, tem importância. Mas escrevo ensandecido de curiosidade por onde irei chegar e se conseguirei aportar em algum lugar.
Sonho com a fama, a fama mais vil: mulheres, dinheiro, carros, sexo, sexo, sexo... Porém as coisas mais fáceis, não consigo. As meninas de 13 anos por quem me apaixono, não me dão bola. E olha que não sou um cara feio e ruim de papo, muito pelo contrário, bom, a modéstia nunca foi um de meus maiores atributos. Minha mãe me diz isso.
Então estou aqui continuando a escrever como um louco, querendo formar um novo clube da esquina, ou uma nova tropicália, ou uma nova bossa-nova. Não tenho um nome, mas tenho idéias, tenho uma gama de amigos talentosos e não tenho dinheiro, fator fundamental, pois senão, seria chamado de "burguês do berço de ouro".
Portanto sou um filho da Baixada pensando em ser escritor, antropólogo, falar francês e inglês e ao mesmo tempo “meter o malho” nestas culturas imperialistas. E quando tiver 55 anos, me converter a alguma religião, ter filhos, trepar com algumas mulheres bonitas e morrer de câncer. Ser um intelectual genial e genioso marcado nos anais do Brasil.
E algum rico cineasta pegaria minha história e estórias, faria um roteiro genial e produziria um filme que se tornaria o primeiro filme brasileiro ganhador do Oscar. E eu já morto, me contorcendo no caixão por não ter podido levar a estatueta dourada (ela não é de ouro) para a escrivaninha de mogno contrabandeado do meu escritório. Sala de trabalho feita de pau-brasil de uma reserva Xingú.
Bem, acho já tive minha visão mediúnica de hoje. Amanhã tenho que acordar e lembrar do dinheiro da passagem do ônibus, do “esporro” do chefe, do fora da menina de 13 anos, da minha mãe na menopausa, do meu pai sem emprego...
Bom, amanhã voltarei a ser mais um latino-americano com pouco dinheiro no banco.
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Um comentário:
ai que saudades!!!
quando é que a gente vai fazer esse encontro rolar meu deus???
to tentando escrever um blog para o in cantaria....tenho que me disciplinar mais, não tenho escrito nem no meu....durmo tarde, acordo cedo e sei que é por uma causa....mas às vezes me dá saudade de coisas simples como ver os amigos!
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