(in)contidos - O novo livro de Vinícius Fernandes da Silva do PSQC

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segunda-feira, 7 de julho de 2008

Para Agenor (08/07/2004)

Todo dia 7 de Julho, comemoramos o aniversário de minha mãe.
No dia 7 de Julho de 1990, Cazuza morreu.
Ontem foi aniversário de minha mãe e eu cantarolava baixinho
“... Exagerado, jogado aos seus pés, eu sou mesmo exagerado...”



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Para Fé

Faz encher torta força esperança de fio luz
Enche de sinuosa balsa para desesperança
Rege a todos a imensa dor que a viste em uma cruz
Nasce tu de novo, de cara, e sorri a quem faz lambança
Age sobre todos com alma pura e diverte quem te conduz
Ninfa de cor e alma descobre madeira de arco e lança
Desenhe torta em caminho de tela morta íris que reluz
Amores para sempre conduza, com torpor me espanta, e me seduz.


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sábado, 5 de julho de 2008

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Bones

As ondas dos cabelos se confundiam com as do mar, pois este batia braviamente contra a proa. O barqueiro carregava o leme em mãos de aço, enquanto o passageiro, náufrago de sentidos, viajava incólume à tempestade. O destino desconhecido, o caminho tortuoso, a partida esquecida. O que lhe ocorria era só aquela lembrança nebulosa de sentimentos, de névoa em pessoas. Rostos, peles, cheiros, aromas, gostos. Mas nada claro, tudo turvo, sem sentido. A única percepção é de que as lembranças eram boas, uma sensação feliz de algo bem feito, terminado. As ondas batiam ardidamente às suas costas e o torpor não o fazia perceber nada. Tinha somente a certeza de não saber onde iria chegar. O condutor continuava em seu leme imbatível e o passageiro o ignorava, como todos os que carregam duas moedas sobre os olhos. O barqueiro sorria o sorriso invisível de mais um serviço bem feito, entre o ir e o vir. Pois o que nos traz,
também é o que nos leva.



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segunda-feira, 23 de junho de 2008

Yellow Sky

O mais difícil é fazer com que, além das de nossas mães,
lágrimas rolem sobre nossas lápides.

Quero que de frente à minha tábua final, além de estar inscritos meu nome e minha pequena duração, se ponha ao seu pé, um cálice de lágrimas. Para poder conter e contar minha vida às rosas amarelas que irão me guardar.


(para Lilia)



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ENCARNADO

No momento em que foste embora vi e vivi o quanto rubro minha vida ficaria, e vermelho de retidão encarnei a vergonha do perdão e quase disse – volta – mas não disse. Não sei qual cor terás a vergonha, ou a raiva, porque passo a achar que ambas têm a mesma cor, pois doem como entranha em pus, como víscera em dor.

No momento em que não olhastes para trás minha vida ficou púrpura e como cinzas minha alma apagou, passei a ver com exatidão e quase disse – olha – mas não disse. Não sei qual cor terás o arrependimento, ou o mal-dizer, porque passo a achar que ambos têm a mesma cor, pois doem como pedra a tilintar em meu crânio com ardor.

No momento em que não mais te vir minha vida ficará branca e límpida, minha existência ficará tranqüila, não haverá nada, e quase direi – morra – mas não direi. Não sei qual a cor terás a tranqüilidade, ou o esquecimento, porque passo a achar que ambos têm a mesma cor, pois reluzem a luz do sol em meus olhos com torpor.

No momento em que... Volta! Te suplico! Te chamo! Volta meu amor! Minha vida e luz! Volta e olha para trás! Volta e não vá mais! Volta minha flor! Não, não, não, não, sinto muito, mas não tenho mais nenhuma... cor.



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terça-feira, 17 de junho de 2008

Tá na hora de voltarmos à poesia...

O desencantamento de um jovem brasileiro

Após as discussões iniciadas sobre a validade biológica, jurídica, ética e política das cotas raciais e a percepção (pelo menos a do PSQC) de que nossas principais mazelas estão concentradas na ineficiência de nossa educação básica (para todos os tons de pele), apresento aos senhores um documento redigido por mim acerca de nosso ensino público, e se o mesmo não trata da questão da educação dos primeiros segmentos, pode revelar de uma maneira bastante exemplar os problemas enfrentados (ou questões a serem repensadas) por quem estuda no "topo" do ensino público no país: a pós-graduação.

Este documento, com seu relato baseado em uma situação estritamente pessoal, pode esclarecer que certas problemáticas independem da cor da pele, e que os desafios não se restringem ao ensino básico, mas se estendem a todas as instâncias da educação no Brasil. Tentei ser professor de sociologia no ensino médio público pelo estado do Rio de Janeiro, porém não consegui ficar por muito tempo, portanto, meus apontamentos ficam restritos ao "Oásis Acadêmico" nacional, nossas maravilhosas e democráticas "pós-graduações".



O DESENCANTAMENTO DE UM JOVEM BRASILEIRO


Gostaria realmente saber quando este país que habito e da qual possuo a mesma nacionalidade, este país chamado Brasil, será realmente um país formador de verdadeiros cidadãos e se preocupará com a formação de seus professores e a educação de seus jovens.


Minha situação vivida é límpida para demonstrar as discrepâncias e curiosidades deste país sui generis.

Tenho 26 anos, sou nascido, criado e morador da cidade de Mesquita (o mais novo município do estado do Rio de Janeiro) na Baixada Fluminense. Venho de uma família considerada como antiga classe média baixa e desde o início da década de 90, até os dias de hoje, caracterizada como... pobre. Obviamente que os destinos dos jovens que nasceram e viveram no mesmo local que eu, e sob as mesmas circunstâncias, se desenvolveram em trajetórias de vida bem diferentes da minha, trajetória esta que irei contar agora.

Após meus pais terem conseguido pagar o meu ensino fundamental em medianas escolas particulares, consegui passar e concluir o antigo segundo grau técnico no Centro Federal de Ensino Tecnológico (CEFET/RJ). Ao final do ano de 1998 formei-me Técnico em Estradas pelo mesmo CEFET/RJ. Algumas muitas greves passei nesta instituição, greves estas que se repetiriam até os dias de hoje, pois continuei meus estudos em instituições federais de ensino.


No segundo semestre do ano 2000 adentrei ao curso de Ciências Sociais na UFRJ, tornando-me bacharel e licenciado ao final do ano de 2004, ano este em que também consegui adentrar ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) da mesma UFRJ. Lembrando que durante todo meu curso de graduação eu trabalhava concomitantemente em uma firma prestadora de serviços da Polícia Federal, trabalho este que foi minha fonte de sustento até o final de 2004. Neste mesmo final de ano prestei e passei no concurso para o magistério em sociologia na rede estadual de educação do Rio de Janeiro.


Devido à minha colocação no processo de admissão no PPGSA, fui contemplado com uma bolsa do CNPq, bolsa esta no valor R$ 855,00 reais. A previsão de pagamento desta bolsa era para Março de 2005, porém a mesma só foi liberada em Junho do mesmo ano. Obviamente que eu teria que comer, transportar-me, vestir-me, enfim, sobreviver desde o começo do ano, já que não tinha nenhuma outra fonte de renda.


Comecei portanto minhas atividades como professor de sociologia da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro, atividade esta que me transborda (transbordava) de orgulho e que me proporcionou a oportunidade de lecionar na mesma escola, em Mesquita, onde meu pai estudou em sua infância. Eu era professor da escola onde o homem que me fez surgir ao mundo se formou. Um belo ciclo se fechava. Possuía somente uma matrícula e minha renda pelo Estado não ultrapassava R$ 500,00 reais.


A partir de Junho, quando comecei a receber minha merecida (acredito eu) bolsa, passei a somar o valor de R$ 1.355,00 reais mensais para a minha sobrevivência. Porém sabia de uma regra do CNPq que impedia a concomitância entre a bolsa e uma outra fonte de renda. Ao final do mês de Agosto fui informado que tinha sido devidamente “denunciado” sobre as minhas atividades “ilegais” e que a qualquer momento poderia perder minha bolsa, ser processado e ter que devolver todo o absurdo montante que já tinha obtido “ilegalmente”.


Após todo um processo de angústias e reflexões cheguei a algumas conclusões que não sei, realmente, se são ou serão pertinentes:

· Todo o ensino superior no Brasil está destinado e é pensado como um grande diferenciador e proporcionador de “nobreza”. Uma titulação que separa a elite e o resto do país, apesar do avanço das instituições particulares de ensino superior nos últimos anos;


·
Cada vez mais os cursos de pós-graduação das instituições públicas tornam-se locais de bajulação e favorecimento, visando o “puxa-saquismo” para o pagamento de bolsas e verbas públicas ao “incentivo” à pesquisa. [Não negando que o desenvolvimento científico e tecnológico é fundamental para o crescimento de qualquer país, porém com investimento maciço, programado e planejado, principalmente];


·
O total descolamento e a separação proposital entre o teor do ensino tecnológico e humano de “alta” capacitação (pós-graduação) e o ensino ministrado nos níveis médios e fundamentais em todo o país. Lembrando que este ensino é fornecido, em ambos os casos, com dinheiro e verbas públicas;


· A visão de que um futuro professor universitário não deve ficar perdendo seu tempo, esforço e dinheiro tentando ser um professor do ensino médio público no Brasil.


Enfim podemos ver que um jovem, como eu, sociólogo, mestrando, está impedido de poder ser um professor do ensino médio público por não poder acumular ao final do mês R$ 1.300,00 reais para se manter dignamente. E que ser professor do ensino médio público é considerado um demérito se comparado às grandes cátedras que ainda parecem persistir no Brasil.

Eu digo que não. Não acredito nisso e não irei acreditar. Acredito que me tornaria um professor universitário muito melhor se pudesse dar prosseguimento ao meu contato com os jovens da Baixada Fluminense, com os jovens que efetivamente necessitam da ação do Estado e principalmente da educação, educação esta que só poderá ser proporcionada por material humano competente, bem-formado e disposto a encarar os muitos desafios que temos nas escolas brasileiras.

Para concluir minha quase odisséia venho dizer que fui “saído” da minha função de professor do estado, pois se não o fizesse poderia perder minha bolsa e não poderia sobreviver com R$ 500,00 reais, mesmo sabendo que milhões de brasileiros conseguem fazê-lo e entendendo que isto não pode ser considerado orgulho e, sim, como única forma de sobrevivência de nosso sofrido e trabalhador povo. Tornei-me novamente e somente um mestrando, um nobre com sua magnífica bolsa e que se tornará um belo pesquisador, um excelente professor universitário e que daqui a alguns anos irá dizer que ainda está estudando e que descobrirá as mazelas educacionais de nosso país.

Ah! Já me esquecia... uma bolsa de doutorado no Brasil está por volta de R$ 1.300,00 reais, com as mesmas condições que a bolsa de mestrado.

Será que ainda preciso disso?

Despeço-me.


Carta escrita em 2005, durante minha tentativa de ter a bolsa de mestrado e de ser professor do estado do Rio de Janeiro. Enviei esta carta para o Senador Cristovam Buarque, e a mesma foi respondida com prontidão pelo referido Senador. Exponho a carta e deixo seu conteúdo à disposição de vocês, leitores do PSQC, e que os comentário se encarreguem de mostrar quais as impressões e opiniões sobre o teor da carta.

Besos.


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domingo, 1 de junho de 2008

Panorama dos SEM

Como prometido, mostro a vocês o texto que escrevi há aproximadamente 10 anos e que indica um pouco sobre o caminho intelectual que percorri. As palavras abaixo demonstram que minha opinião acerca das cotas raciais não mudou, e isso não é uma prova de orgulho, pois muitas outras opiniões minhas se transformaram através do tempo. Tinha 20 anos e ainda fazia pré-vestibular quando escrevi no papel virtual algumas idéias. Ler esse texto talvez revele algumas evoluções argumentativas ou de conteúdo promovidos por uma formação acadêmica interessante (é só comparar esse texto com o do post anterior), mas também demonstra uma essência intelectual que permaneceu, além de algo mais. O "algo mais" que permaneceu foi o desejo de mostrar às pessoas um pouco sobre o que não sei, e sobre o que procuro, com a ajuda do olhar de todos, aprender um tantinho mais.

Ah... disse no post anterior que tinha sabido sobre o PVNC por um cartaz, bom, vocês lerão agora que não foi muito bem assim...

Vamos às palavras:

PANORAMA DOS SEM
(Saúde, Educação, Moradia)


Ontem eu estava lendo um jornal, não lembro muito bem (Ah!!, era o ALTERNATIVO, jornal sobre cultura da Baixada), e deparei-me com a seguinte manchete: PRÉ-VESTIBULAR PARA NEGROS E CARENTES. Juro que no momento tomei um susto e por um minuto fiz “n” questões. Irei enumerá-las:


1. Seria o pré-vestibular proibido para brancos carentes;

2. Seria o dito cujo proibido para negros ricos ou só ricos;

3. Seria o famigerado curso proibido para mulatos e pobres;

4. Seria que na porta do curso teria uma plaquinha escrita:

"-Só entre se você for negro e carente, se você não satisfaz estas exigências nem entre”.


Sinto que, ao ler aquela manchete, estas questões muito imperativas foram se formando na minha pequena e ignorante cabeça.

Estava estudando em um curso pré-vestibular de Nova Iguaçu, quando li esta manchete e notei que outros alunos também a leram, tendo assim começado uma discussão sobre o assunto. Entre vários debates chegamos à conclusão de que o texto era PRECONCEITUOSO E SEGREGRACIONISTA, pois, de acordo com esse mesmo texto e com a conjunção aditiva empregada (-e), somente os negros e carentes poderiam fazer parte do curso

Porém um amigo não satisfeito continuou a discussão e soltou a seguinte frase, que irei reproduzir fielmente nos trechos a seguir.

AMIGO: - Pô !Se você leu dessa forma, o racista e preconceituoso é você!

EU: - Eeeeuuuuuuuu??????

AMIGO: - Sim. Porque somente lendo a história do curso você poderá discutir porque o nome dele é este, o.k.?

EU: - O.k., então eu irei ler.

Li então na quarta página do jornal a matéria que falava sobre o tal curso. E descobri que o curso teve início na Bahia e que foi criado por movimentos negros em áreas carentes que, em sua maioria, eram habitadas por pessoas negras e carentes. O seu nome original é PVNC (Pré-Vestibulares para Negros e Carentes) e com o passar do tempo este curso foi se espalhando por todo o país e até em áreas conhecidas por nós, moradores da região (como: Posse, Cabuçu, Rancho Novo, Edson Passos, etc.).

Tirei assim minhas conclusões, quer dizer minhas dúvidas, e as colocarei para vocês leitores.

Será que, ao tomar dimensões que abrangem muito mais áreas do que as de sua origem e com a entrada de vários segmentos sociais, o curso não deveria ter sensibilidade e mudar o seu nome ou então enviar para os meios de comunicação manchetes como: PRÉ-VESTIBULAR PARA CARENTES. Ou será que um negro carente é diferente de um branco carente? Para mim, todos são carentes e esse é o grande problema.

Ou será que o que estou tentando dizer é uma grande besteira e nós que tivemos esse tipo de interpretação é que somos os verdadeiros preconceituosos?

Não sei.

Jovens, povo da Baixada, sociedade, Brasil, por favor, me respondam.

Obs.: Vinícius Silva é um branco azedo e sem graça que adoraria pegar um solzinho e ficar negão (sem preconceito, é claro!).

Besos.


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segunda-feira, 7 de abril de 2008


"O Prisioneiro" - Érico Veríssimo
Editora Globo - 1967


Atualmente Érico Veríssimo é mais conhecido como o pai do escritor, cronista e músico Luis Fernando Veríssimo. Porém Érico foi um importante escritor brasileiro do século XX, criando obras de relevância na literatura nacional, como "Incidente em Antares" e a trilogia "O Tempo e o Vento".

Este livro que iremos resenhar é o penúltimo romance de sua vida, anterior a "Incidente em Antares". Érico residiu muitos anos nos Estados Unidos e vivenciou as consequências da Guerra do Vietnã, tanto para a vida social e política daquele país, quanto para o mundo político naquele momento histórico.

"O Prisioneiro" nasceu de seu espanto pelas atrocidades da guerra. O livro foi lançado em 1967 e reflete os acontecimentos tão marcantes à época. Nos comentários iniciais menciona a dor que o fez escrevê-lo e admite que o romance seria sua contribuição, como arte, para seus filhos, netos e talvez para o mundo. Também afirma que seu grito em forma de ficção não teria a capacidade de mudar os rumos da guerra, mas seria a melhor forma para contribuir para o seu fim, e ele tinha razão, falar sobre o sofrimento nos faz refletir sobre ele.

O livro tem um estilo literário formal, talvez reflexo da postura profissional e da seriedade do autor, talvez pela severidade com o qual o tema foi abordado. É narrado em terceira pessoa e relata a vida de 3 soldados americanos em solo vietnamita. Interessante notar que em nenhum momento o autor refere-se ou nomeia países, capitais, bandeiras, mas sua descrição é tão precisa e seu debate é tão conhecido que não seria necessário nomes para saber se localizar na história.

As histórias desses 3 combatentes se entrelaçam mostrando os horrores da guerra, a geografia inóspida para os "salvadores" da liberdade, a teocracia democrática norte-americana, a resistência cruel e selvagem dos vietcongues. Porém não há tomada de posição do narrador, não há bandeira a ser defendida ou ideologia a ser ressaltada. O romance relata que na guerra todas as questões políticas quase sempre desaparecem, são minimizadas, diminuidas, tornadas superficiais, e que os homens se igualam, se tornam parecidos, mas não em suas virtudes, o que ocorre é a semelhança pelo terror, pela barbárie. Os humanos são mais humanos enquanto praticam atos desumanos, animalescos, a diferença cultural e política torna-se pretexto para que voltemos às nossas origens mais canhestras.

Não há superficialidade no romance, os debates e discussões ideológicas estão lá, convivendo com as personagens, vindo à tona e fazendo que o embate entre política e sobrevivência torne a guerra muito mais sofrida. O imperialismo, o colonialismo, a miséria, a dependência econômica, a subserviência política, as lutas de autoriade, todas essas representações e materialidades estão misturadas e localizadas, representando o âmago da guerra, sua causa e efeito. O mais interessante é que o autor esmiuça o sofrimento íntimo e revela na descrição das estruturas psicológicas das personagens, a teia social e cultural que aquela miscelânea de povos está embebida. O preconceito racial americano misturado com o orgulho e a honra à pátria, a intolerância religiosa de ambos os lados, as muitas "luxúrias", representadas pela exploração sexual. A corrupção, o medo, a morte, a tortura, e todos esses sentimentos e ações como escudos e armas na batalha pela... liberdade.

Érico aponta essa contradição e demonstra que não há modelo político ou governo que possa justificar a guerra. Diz que nesses combates todos perdem e que todos os homens se tornam menos humanos nesse laboratório de maldades. Esta obra foi escrita com o sentimento e sofrimento decorrentes de um desencanto com os humanos e com as instituições que os representam. Porém ninguém escreveria este romance sem um mínimo de esperança, sem a fé de que seus netos viveriam em um mundo melhor, e apesar de todo terror narrado, essa esperança resiste e persiste, depositada nas palavras da personagem de uma sofrida professora. Talvez essas palavras fossem a demonstração de que somente uma educação ética poderia transformar o mundo das guerras.

Érico Veríssimo morreu de infarto em 1975. Viveu o suficiente para morrer com a última grande guerra que presenciou.
Nós?
Nós ainda temos muitas para tentar evitar.


Bons livros.


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quarta-feira, 2 de abril de 2008

Diálogos I

- Mamãe! Como foi sua infância?

- Foi boa, filha. Simples, mas boa. Brincava jogos simples pelas calçadas e ruas, com os moleques descalços e pés sujos de lama, moleques tão simples e tão moleques como eu.

- E meus avós?

- Seus avós também eram pessoas simples, mas de bom coração. Lembro de sua vó cozinhando o prato preferido de seu avô e de vez em quando ela gritava: “Menina sai da rua!”.

- E meu vô?

- Seu vô era pessoa séria, de poucas palavras e muitos olhares. Carinhoso e sisudo. Nenhum dos dois tiveram muitos estudos, mas sempre me perguntavam: “Já fez o dever de casa?”, “Deixa eu ver as notas do bimestre”.

- Eles eram severos?

- Não muito. Acho que consegui o que eles queriam. Consegui ter mais estudos do que eles. Me formei, depois me formei de novo e depois mais uma vez. Acho que consegui o que eles sempre esperaram de mim.

- Mamãe, o que você espera de mim?

- Espero que você seja uma boa pessoa, minha filha, uma pessoa de bem, que leia bons livros, que seja integra, carinhosa, boa filha para se tornar uma boa mãe, e que principalmente estude, estude e estude mais ainda, para que possa ser alguém na vida.

- Então você quer que eu faça tudo o que vovó queria que você fizesse?

- Não! Não é isso... não...

- Por quê?

- Quero que você siga seu próprio caminho!

- Hum. Tá bom.

- ... não sei. Só sei que sinto muito a falta deles. E todas as noites ainda lembro da minha infância, da cidade onde nasci e morei, que por sinal é bem longe daqui. Toda vez que lembro da rua, de casa, de papai e mamãe, lá no meu quarto, com seu pai ao meu lado, toda vez que lembro... [acabo chorando].

- Mamãe porque a gente ainda está andando de ônibus?

- Porque a vida não é tão fácil assim, por mais que tentemos fazer as coisas certas, filhota, sempre acabamos errando pelo caminho, deixando de fazer certas coisas, tomando outros rumos. Mas, hoje, você vive em melhores condições do que eu vivi! Posso te dar coisas que não tive.[Engraçado, mamãe também me dizia isso].

- Então acho que é isso mesmo que eu quero, mãe, quero estudar, ser uma webdesigner e publicitária, fazer um MBA na Fundação Getúlio Vargas, depois fazer meu mestrado e tentar um doutorado sanduwich em Londres com uma bolsa da CAPES ou do CNPq...

- É isso mesmo minha filha, este é o seu caminho, siga-o, faça-o.

- Mãe, será que eu serei uma pessoa feliz?

- Lógico minha filha, lógico...

-Você é feliz?

- Sim, sou sim. E sou feliz só porque tenho você. Mas porque também você tem um pai que te ama. Porque posso lembrar de minha infância, de meus amigos, de seus avós, e depois... [chorar]... e depois...sorrir!

- Mamãe. Eu te amo!

- Eu também te amo, minha menina.

- Mãe, a gente tem que puxar a “campanhia”, já é o nosso ponto.



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domingo, 30 de março de 2008

sábado, 29 de março de 2008

Para quem se interessar pelo meu projeto de pesquisa e/ou por minhas atividades acadêmicas coloco aqui o link com o resumo de minha dissertação e a página do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da UFRJ.

Lembrando que o título da dissertação é: "Tem espaço na van: Um estudo de caso em uma cooperativa de vans em uma cidade da Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro".

Atualmente sou doutorando em Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ (IPPUR) e aprovado para o doutorado em Ciências Sociais na Unicamp.

Mais uma vez reitero que quem tiver dúvidas, questionamentos, quiser o trabalho em .pdf, ou conversar pessoalmente sobre o tema da pesquisa, é só entrar em contato comigo por este blog, email ou pelos comentários.


http://www.ifcs.ufrj.br/~ppgsa/mestrado/mestrado2007_278.htm


Brevemente será postado o link onde se poderá ir diretamente ao texto (arquivo .pdf) de meu trabalho acadêmico.

Besos.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Um conto sobre trilhos


Essa foi meu pai quem me contou.

Lá pelos idos da década de 70, o que mais se ouvia eram as grandes histórias ocorridas nos vagões dos trens que ligavam os subúrbios e a Baixada Fluminense ao centro da cidade do Rio de Janeiro, eram os trens da antiga Rede Ferroviária Federal.

Osmar era um mulato escuro, de cabelos sebosos, engomados com o primo pré-histórico do gel de hoje dia, a goma. Trabalhava na construção civil mas tinha um "quê" de malandro, usava roupas coloridas, e à noite vestia luvas pretas (era fã dos Panteras Negras). Tirava uma brasa nos bailes de black music, com aquelas pretas suadas que faziam passinhos marcados.

A única coisa que irritava Osmar era ter que pegar o trem lotado todos os dias, tão lotado que às vezes só tinha espaço para colocar um pé, se levantasse o outro, perdia o lugar.

- Olha o amendoim torradinho, olha o amendoim torradinho! – gritava o menino.

- Olha o picolé Dragão Chinês! Tem "Sem Nome" também – berrava outro guri.

- Sabe Tião, um dia eu vou ter um Chevettão só para não ter que pegar mais essa porcaria – resmungou Osmar.

- Que isso Osmar, para de reclamar de barriga cheia, fique satisfeito de ter uma condução baratinha pra gente poder chegar ao trabalho...

- Você se contenta com muito pouco – disse Osmar.

- Tu é que é muito metido – retrucou Tião.

- O que eu queria mesmo era poder pegar o trem em Japeri e ir sentado tirando um cochilo até a Central do Brasil.

Osmar pensava consigo: “Que merda de vida”.

Quando Osmar terminou de refletir seu sofrimento, e com o vagão já devidamente lotado, encostou-lhe um sujeito de quase dois metros, ficou coladinho, o homenzarrão era tão grande que sua axila (também conhecida como sovaco) ficou colada ao nariz do pobre do Osmar. E o pior é que o tal sujeito parecia ter tomado um banho de Leite de Rosas e já começava a suar! Para piorar a situação, já calamitosa, a composição ainda se encontrava em Nova Iguaçu, portanto, levaria mais uns 50 minutos para chegar à gari Central do Brasil.

Tião e Osmar trabalhavam juntos em uma obra no Leblon. O primeiro morava em Queimados, o segundo, como já mencionado, residia em Japeri.

- Brother! Eu nem ligo mais em ter carro, já me basta conseguir um diazinho ir sentado de casa até à Central.

- Do que você me chamou Osmar?

- Brother... ah foi mal, isso significa irmão em “ingrês”.

- Ah bom... pensei que estivesse me xingando...

- Esquece!

E pensava: “Que merda de vida”

Ir sentado passou a ser a grande obsessão de Osmar desde então. E cada vez mais os vagões andavam lotados em seus destinos de ida e volta, do lar para o trabalho, do trabalho para casa, carregando aquelas almas cansadas e exaustas, e não bastasse um dia inteiro de trabalho árduo ainda sobrava a odisséia do chegar às suas residências.

Em outra viagem e com seu contínuo e esquizofrênico desejo de se sentar, Osmar fitava todos os bancos à procura de um cantinho em que pudesse se jogar e tirar um cochilo até seu destino final. Estava ficando louco, passou a odiar os homens que cediam seus lugares às mulheres mais idosas, não podia ver uma grávida que já tecia pensamentos para que o rebento em sua barriga nascesse com uma bunda bem grande, já que mãe e o filho, por nascer, lhe roubavam o acento. Tossia intempéries para as crianças que lhe tomavam o lugar onde poderia pousar as costas cansadas.

E sempre pensava: “Que merda de vida”.

Um belo dia, em mais uma fatídica volta para o lar, Tião e Osmar entraram em um vagão, obviamente lotado. Mas nesse dia o trem estava especialmente cheio. Era Dezembro e um forte calor fazia no Rio de Janeiro, o odor de suor misturado com perfume barato fazia com que Osmar se sentisse entorpecido, ainda mais ele, que se zelava tão perfumado e cheiroso.

Porém aquele dia guardava uma surpresa para Osmar. Em uma de suas cotidianas lamentações com seu amigo Tião, Osmar avistou algo que pensou ser uma alucinação. Um lugar vazio tilintava mais a frente, na parte que liga os vagões.

- Cê tá vendo o que eu tô vendo Tião?

- Não? O que é?

- Lá, perto do borrachão, tem um lugar vazio, olha, olha!

- Mais não é que tá mesmo...

- Não acredito, deve ser uma miragem, não pode ser e olha que o trem está muito lotado hoje!

- É mesmo, muito estranho – suspirou Tião.

- É minha chance – disse Osmar – Olha Tião, tem uma mulher já de olho no lugar vazio, ah não, esse é meu!

E como um louco enlouquecido (com toda a força da redundância) Osmar pulou sobre outros passageiros e quase que escalando-os, pisando nas cabeças alheias, empurrando as senhoras, sendo xingado, quase apanhando, no auge de seu surto psicótico, dá um último pulo e grita: - Consegui!

Porém ao acabar de sentar seus glúteos naquele oásis no deserto, Osmar sente algo viscoso em suas nádegas, e quando passa a mão para verificar do que se tratava, vem o golpe fatal. Osmar tinha sentado em um banco sujo de merda, um belo de um côco, um tijolo marrom, uma posta de bosta provavelmente largada por um mendigo que dormira no trem pela madrugada.

Então Osmar foi da Central até Japeri sentado e mais uma vez pensou: “Que... !”

Essa história foi contada ao meu pai por um amigo e que tinha conhecido um colega de Tião, que era amigo de Osmar, e hoje eu conto essa história pra vocês.

Até a próxima.



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terça-feira, 18 de março de 2008

Acordes - Bebeto Castilho

Desde que o PSQC prometeu criar novas seções e diversificar os estilos literários, já foram postados variados tipos de texto. Palavras sobre cinema, livros, pessoalidades, poesias, política e acontecimentos. Mas uma das seções prometidas e que ainda não havia aparecido foi justamente sobre MÚSICA. A secção "Acordes". Não sei ao certo o porquê dessa demora.

Acho que hoje, infelizmente, a música perdeu muito do lugar que já ocupou em minha vida.

Desde a adolescência a música foi um elemento fundamental para a minha formação intelectual e posso até mesmo dizer... moral. A música era a grande motivação que fazia trancar-me no quarto e ficar horas ouvindo as mesmas canções e os mesmos discos (eu ainda ouvia "vinil" quando era bem jovem). Essas horas serviam para as dores-de-cotovelo, para as reflexões
sobre a vida, para os planos do futuro. E se puxar a memória pelos cabelos poderei encaixar vários momentos felizes e tristes que tive em trilhas sonoras pessoais, em "set lists" mentais, assim como nosso protagonista quase esquizofrênico da película "Alta Fidelidade".

A música fez com que aos 20 anos me aventurasse com um amigo e passasse a cantar em bares de Nova Iguaçu, no longínquo ano de 1999. E digo, foi muito bom, foi maravilhoso. Não ganhava dinheiro, não cantava muito bem, mas o prazer de fazer, de estar lá, de arriscar, isso não se perde, fica presente, como uma memória latente e que pode ser resgatada nos momentos de fraqueza, de covardia. A música encorajou-me a estudar sua teoria na Escola de Música Villa-Lobos e de ter alguma erudição de suas histórias, letras e melodias.

Minha casa sempre foi musical, lembro de minha mãe cantando Maria Bethânia, lavando roupa, e eu no carpete, ouvindo e internalizando (mesmo sem saber) o gosto pela música, o gosto pelas canções. Em minha sala, durante muitos anos, não houve televisão (e ainda não há), havia somente um rádio. Primeiramente uma rádio-vitrola, depois os "aparelhos de som", com toca-fitas k7, depois com o CD. Porém hoje não tem mais rádio em minha sala, depois que o aparelho antigo quebrou não foi comprado nenhum outro. Obviamente que o próximo terá que ter MP3 e todos os avanços que forem surgindo, mas outro aspecto mudou...


Atualmente baixamos tudo pela internet, qualquer cantor, qualquer banda, basta aparecer rapidamente na mídia e no dia seguinte está tudo disponível, é só ir lá e baixar. E não venham com a balela de pirataria, eu não vendo ou faço gravações em alta escala para comercialização de músicas em MP3 e vocês também não. As gravadoras que arrumem uma estratégia de nos oferecer formatos exclusivos com preços decentes, já ficaram milionárias às nossas custas e às custas dos artistas.

O que digo é sobre a gana pela procura, pelo que demorava ser descoberto, de "achar" algum artista novo pelo rádio e contar a novidade a seus amigos. A pergunta que lhes faço é: - Vocês ligam o rádio e ouvem 3 canções seguidas de artistas que vocês não conhecem? Dúvido. O rádio virou um lugar comum, um cansativo jogo de cartas marcadas, não precisa de jabá, basta a obviedade. Não consigo mais ligar o rádio e ter que ouvir exatamente as mesmíssimas coisas. Então o que nos resta é a internet. Mas juro para vocês, não é a mesma coisa. Não fornece o mesmo prazer. Uma coisa é ligar o rádio, sentar no sofá e viajar. Outra coisa é ligar o computador, clicar no Winamp, ficar vendo 500 páginas e quando se dá conta, o álbum terminou e você não ouviu, percebeu, viajou, amou, refletiu, riu, chorou, não fez nada, absolutamente nada com aquelas canções, sejam boas ou não.


Não sou purista, nem saudosista, quem acompanha o PSQC já pode perceber isso, não gosto desses chatos que vivem falando que no "tempo deles era muito melhor", minha posição está clara em textos como o "Gerações", dêem uma olhada. Mas tenho que admitir que o mundo musical popular está em transformação, com mudanças que sinceramente não sei se são para melhor ou pior. Só sei que, hoje, digo a todos que morro de saudades de me trancar em meu quarto e ouvir aquele velhos vinis arranhados de minha adolescência.

E depois desse desabafo musical, vamos aos álbuns que têm feito minha cabeça ultimamente. O primeiro deles é esse:



Amendoeira - Bebeto Castilho

Biscoito Fino (2006)

Produtores: Kassin e Marcelo Camelo





Amendoeira é um álbum raro. Raro por sua beleza e raro por contar um músico pouco conhecido do grande público. Bebeto Castilho foi um dos integrantes do antigo grupo Tamba Trio, onde tocava baixo elétrico e flauta. O Tamba Trio foi um dos mais importantes grupos da fase bossa nova de nosso cenário musical, na década de 1960. Sua música era carregada de tons jazzísticos onde uma bossa nova instrumental de alta qualidade era elaborada por grandes músicos, um deles, Bebeto Castilho.

Bebeto é tio-avô do popular e aclamado cantor e compositor da banda Los Hermanos (?), Marcelo Camelo. E foi o sobrinho-neto, conjuntamente com Kassin (também produtor dos Hermanos), que trouxe e encontrou o ponto exato para o re-surgimento do
flautista e baixista. Bebeto Castilho tem uma voz pequena, de curto alcançe, uma voz de músico, de um músico que canta, e a influência do trompetista americano Chet Baker é clara em seu canto.

O álbum é preciso, enxuto, bem arranjado, com harmonias bem elaboradas e muito bem tocado. Além de parcerias que asseguram um contraponto interessante à voz sem grandes variações de Bebeto.

O álbum nos brinda com uma série de sambas, temos A Vizinha do Lado (Dorival Caymmi)
, Sabiá da Mangueira (Bendito Lacerda / Erastófenes Frazão), Ora Ora (Almany Greco / Eduardo Gomes Filho) e Infidelidade (Ataulfo Alves / Américo Seixas). Sambas históricos, singelos e com melodias redondas e belas, delicadamente cantados por Castilho. Na humilde opinião do PSQC temos uma das faixas mais bonitas já produzidas nos últimos tempos na música brasileira, Beijo Partido (Durval Ferreira / Regina Werneck). Com participação de Nina Becker (Orquestra Imperial) esta canção tem tratamento orquestral irretocável, com belo contraponto entre a voz doce de Nina e a aspereza experiente de Bebeto.

Seguimos com a bela Amendoeira de Camelo e Minha Palhoça
(J. Cascata), esta última com participação do veterano baterista Wilson das Neves. Porta do Cinema (Luiz Souza) é uma composição do irmão de Bebeto, avô de Camelo e já falecido, canção com letra esperta e boa melodia, com particiapção nos vocais de Marcelo Camelo. Pode Ser? (Geraldo Pereira / Marino Pinto) também conta com participação especial, nesse caso de Thalma de Freitas. Cabelos Cor de Prata (Silvio Caldas / Rogaciano Leite) e Gazela (Arlette Neves / Bebeto Castilho) completam o belo álbum com canções que falam da vida dos que chegam a uma fase mais experiente, assim como já feito por Zé Ketti. Porque Somos Iguais (Durval Ferreira / Pedro Camargo) fecha o trabalho com um tema instrumental, revelando que o Tamba Trio ainda corre vivo nas veias do velho novo músico.

Essa redescoberta de Bebeto é um belo achado da Biscoito Fino e que deve ser desfrutado por aqueles que têm mais alta estima pela música popular brasileira, sejam eles nascidos a poucos ou muitos anos atrás.

Boas canções!


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O autor

Vinícius Silva é poeta, escritor e professor, não necessariamente nesta mesma ordem. Doutor em planejamento urbano pelo IPPUR/UFRJ, cientista social e mestre em sociologia e antropologia formado também pela UFRJ. Foi professor da UFJF, da FAEDUC (Faculdade de Duque de Caxias), da Rede Estadual do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC) e atualmente é professor efetivo em sociologia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Criou e administra o Blog PALAVRAS SOBRE QUALQUER COISA desde 2007, e em 2011 lançou o livro de mesmo nome pela Editora Multifoco. Possui o espaço literário "Palavras, Películas e Cidades" na plataforma Obvious Lounge. Já trabalhou em projetos de garantia de direitos humanos em ONG's como ISER, Instituto Promundo e Projeto Legal. Nascido em Nova Iguaçu, criado em Mesquita, morador de Belford Roxo. Lançou em 2015, pela Editora Kazuá, seu segundo livro de poesias: (in)contidos. Defensor e crítico do território conhecido como Baixada Fluminense.

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