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terça-feira, 7 de abril de 2009

E A NECESSIDADE BÁSICA DA SOLIDÃO



A solidão tem seu fundamento básico, hoje foi possível verificar essa proeza. É quando você fica preso a um sofá ouvindo horas de soul music, e se pega a refletir sua vida nesses escassos minutos. A solidão é necessária. Não pelo seu melancolismo depressivo, mas pela vontade de ter o que não temos, e ser o que não somos.

Então toda a minha busca pela companhia pode ter sido em vão. Quem quer uma companheira perfeita se pode imaginar um perfeito passeio pela Lagoa, ouvindo Jobim cantando "Lígia". Quem precisa de uma amada se você pode tê-la coladinho, ao seu lado todo o tempo, ou amando-a em uma praia perfeita na Ilha Grande... apenas sonhos infantis.

A solidão é perfeita, perfeita não, é uma geradora de sonhos possíveis, alcançáveis pelos dedos, uma pseudo-realidade da beleza, onde os “-is” já têm seus pingos, e todos os amores são louras e lindas, morenas e inteligentes, negras e interessantes.

Então para que a busca? A busca é só um chamariz de vida, para quem não se preocupa em ficar rico (como eu), e ter uma vida a dois, linda, com seus filhos pródigos. É o produto melhor que a solidão pode nos dar. Por isso existem tantos “sós”.

Eu sou só pela conjectura, talvez nunca seja um “junto” mesmo.

A solidão é charmosa, sempre combustível para reflexões, belos textos, poemas de dor e amor, e então para quê dividir essas idéias fantásticas com alguém? Para quê dividir sua alegria e sua tristeza? Compartilhar é coisa dos fracos.

O mundo perfeito com flores dentro do gramado verde existe! O quê uma sessão de música não faz? É só entrar pela porta da frente e sonhar.

Agora a pergunta é: "Como será o outro lado?" É como a esquerda e a direita, ou como o Velho e Getúlio? Você nuca quer entrar no outro lado, sempre com seus radicalismos verdadeiros e cheios de verdade, redundância necessária.

E aí observa-se que na história sempre alguém se troca, compartilha no amor ou na guerra, verdadeiramente ou por necessidade. Entre os dois (ou muitos) lados tornam-se importantes as descobertas de amor imperfeito e promiscuo. A empáfia do totalitarismo é reprovada empiricamente. Todos os autoritários têm na solidão seus destinos. Então descobrimos a outra função da solidão:

Casa para os iniciantes, prisão para os derrotados.

Desbravar é a palavra chave, o medo é o freio da alma, mas é mais freio das ações. A solidão é necessária, o indivíduo precisa dela para se ver como pensante e vivente. Que as solidões se juntem para uma reflexão coletiva e desbravadora. Mas que não se sintam obrigados a ceder suas convicções, sejam elas pessoais, políticas ou religiosas. Liberem o orgulho em troca de poder ouvir, tranqüilamente, Marvin Gaye no sofá. E, tomara, que possam um dia fazer isso sem ter que tropeçar em alguém faminto na calçada ao abrirem a porta de casa no dia seguinte.

Sejam sós, mas também sejam “nós”.

Mas afinal de contas, acho que estou precisando de uma namorada.


Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

2 comentários:

carla disse...

Tenho somente uma palavra para esse texto:
D E S P E I T O!!!
Isso porque, na época, você não tinha me encontrado...
;)

palavras sobre qualquer coisa disse...

Pior que é verdade... Abafa!


Besos.

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O autor

Vinícius Silva é poeta, escritor e professor, não necessariamente nesta mesma ordem. Doutor em planejamento urbano pelo IPPUR/UFRJ, cientista social e mestre em sociologia e antropologia formado também pela UFRJ. Foi professor da UFJF, da FAEDUC (Faculdade de Duque de Caxias), da Rede Estadual do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC) e atualmente é professor efetivo em sociologia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Criou e administra o Blog PALAVRAS SOBRE QUALQUER COISA desde 2007, e em 2011 lançou o livro de mesmo nome pela Editora Multifoco. Possui o espaço literário "Palavras, Películas e Cidades" na plataforma Obvious Lounge. Já trabalhou em projetos de garantia de direitos humanos em ONG's como ISER, Instituto Promundo e Projeto Legal. Nascido em Nova Iguaçu, criado em Mesquita, morador de Belford Roxo. Lançou em 2015, pela Editora Kazuá, seu segundo livro de poesias: (in)contidos. Defensor e crítico do território conhecido como Baixada Fluminense.

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