Se arrependimento não matasse...
Não me arrependo. Não mais. Falo do amor. Em um recente passado, estava sempre de peito fechado. Fechado para os ventos e as brisas, para os cheiros, odores, como um escudo, para defender uma tropa adormecida. Realmente era mais seguro. E de tanto defender-me fiz com que esquecesse de como é ofegante cruzar um olhar e sentir os cantinhos dos olhos umedecerem, ou do suor quente ao encostar a pele em outra, ou o simples desejo que o Universo fizesse uma pessoa nascer especialmente para me amar. E como ser seguro é chato. Falo do amor. Sim. Só me arrependo de todas as vezes que impedi meu peito de funcionar a pleno vapor. Que soprasse sua fúria vermelha de impulsos e desejos. Ah! Se isso fosse ontem... Porque hoje não me arrependo mais, não mais. Prefiro sofrer as mil angústias de um amor partido e perdido, do que sentir a falta de um amor que nunca veio. Falo do amor e não me arrependo em falar dele. Não me envergonho em mergulhar de cabeça, afogar minha alma, e oferecer o melhor de mim. E hoje tenho pena de quem abriu mão desse peito aberto, ou de qualquer um outro. Prefiro chorar todas as lágrimas, sofrer todas as vergonhas, perder todos os sentidos, do que ser um covarde do coração. Não me envergonho mais. Nunca mais. Amanhã estarei amando de novo. Até o próximo suspirar. Até!

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
O autor
Vinícius Silva é poeta, escritor e professor, não necessariamente nesta mesma ordem. Doutor em planejamento urbano pelo IPPUR/UFRJ, cientista social e mestre em sociologia e antropologia formado também pela UFRJ. Foi professor da UFJF, da FAEDUC (Faculdade de Duque de Caxias), da Rede Estadual do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC) e atualmente é professor efetivo em sociologia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Criou e administra o Blog PALAVRAS SOBRE QUALQUER COISA desde 2007, e em 2011 lançou o livro de mesmo nome pela Editora Multifoco. Possui o espaço literário "Palavras, Películas e Cidades" na plataforma Obvious Lounge. Já trabalhou em projetos de garantia de direitos humanos em ONG's como ISER, Instituto Promundo e Projeto Legal. Nascido em Nova Iguaçu, criado em Mesquita, morador de Belford Roxo. Lançou em 2015, pela Editora Kazuá, seu segundo livro de poesias: (in)contidos. Defensor e crítico do território conhecido como Baixada Fluminense.
Contato
O email do blog: vinicius.fsilva@gmail.com
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9 comentários:
Oi,Vinicius. Vim ver o seu blog. Não tive tempo de ver muita coisa, por isso mesmo prefiro não comentar, para não dar opinião sem embasamento.
Vim mais para dar um "apoio" à comunidade blogueira. hehehe
Um abraço, depois volto para comentar melhor.
oi moço
passando, lendo, gostando...
beijos
"E hoje tenho pena de quem abriu mão desse peito aberto, ou de qualquer um outro. Prefiro chorar todas as lágrimas, sofrer todas as vergonhas, perder todos os sentidos, do que ser um covarde do coração."
EXATAMENTE! Está claro isso para você, né? Ando numa jornada de fazer pessoas se darem conta disso.
Beijos.
....adorei o novo podcast.............incrível!!!!
..dá uma passadinha no meu blog e vê o último texto que escrevi....
beijoooo
Professor, que texto lindo "Se arrependimento não matasse...".
Concordo com suas palavras, melhor se arrepender do que fez do que se arrepender do que não fez.
Gostei muito do texto, muito mesmo.
Seu Blog está MARA! Rs.
Beijos :*
Oi Vini, passando por aqui para conhecer seu blog... Apesar de vc não ter feito questão nenhuma de me convidar a conhecer esse espaço, né? Tudo bem, tudo bem. Brincadeirinhas amigas dramáticas à parte, adorei ler vc falando de amor! Continuarei passando para ler e ouvir mais. Ah, me ensina como usar essa licença? Tentei ir na página, mas não tenho paciência com a lentidão do meu inglês... Beijos!!!!!!!!
Lindo, lindo é o seu blog Aninha. Adorei suas poesias e como você lida com as rimas. Eu já fui um rimador, mas ultimamente não as utilizo muito. Adorei a forma como você administra o som em seus textos.
Gostaria de dizer que eu perturbei quase todo mundo do SERH a respeito do meu blog, o PSQC. Portanto suas reclamações são infundadas, rs. E fico muito satisfeito em saber que você gostou das minhas palavras sobre o amor.
Quanto ao uso da licença irei tentar ajudar: entre na página do Creative Commons, clique em texto, clique em Licença Padrão, escolha as permissões que você irá escolher para a sua licença e depois clique em "escolha uma licença", depois irá aparecer um código. Você terá que copiar esse código e colar logo abaixo do texto que você escreveu. Assim que tiver postado o texto, a licença irá aparecerá logo embaixo.
Se tiver dúvidas, me ligue.
Irei fuçar mais seu blog, pois adorei suas palavras.
Besos.
quello che stavo cercando, grazie
niente
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