AZUL METÁLICO
Estréia no dia 8 de outubro, no Espaço Sesc – Mezanino, a peça “Azul Metálico”, com dramaturgia inédita inspirada na obra e no pensamento de Andrei Tarkovski, um dos mais inovadores e importantes cineastas soviéticos do século XX.
Do mesmo diretor e grupo que encenou “Elogio da Loucura” e “Entropia”, este último indicado pela crítica de O Globo como um dos 10 melhores espetáculos de 2008, “Azul Metálico” é inspirado na obra “Stalker”, de Tarkovski.
A ação de “Stalker” se passa num período de pós-guerra, sob o fantasma do fim das esperanças. Os personagens fazem um perigoso percurso por um estranho território chamado “a zona”. A zona é um local de acesso proibido ao qual só se chega de forma clandestina conduzido por um guia. O destino desse percurso é uma sala na qual, segundo dizem, o desejo mais íntimo de qualquer pessoa será realizado.
Em “Azul Metálico”, a zona será representada por um parque de diversão desativado, local que antes se prestava a distrações, sensações intensas e efêmeras, e que agora está impregnado por fantasmagorias. Ali surge a lenda de um brinquedo realizador do desejo mais sincero e sofrido: esse brinquedo é procurado talvez para se encontrar o desconhecido, para que seus visitantes ainda fiquem surpresos e atônitos diante dele.
ANDREI TARKOVSKI
Os filmes de Tarkovski foram realizados considerando que as pessoas não estão sozinhas e abandonadas num universo vazio, mas ligadas por laços incontestáveis ao passado e ao futuro. A esperança de que cada existência individual e cada ação humana tenha um significado intrínseco torna a responsabilidade do indivíduo em relação ao curso geral da vida incalculavelmente maior. Num mundo em que os males sociais existem em uma escala assustadora, é preciso rever o modo como as pessoas se encontram umas com as outras. O parque de diversões de AZUL METÁLICO é o território do reencontro, tanto consigo mesmo quanto com o outro. Estando desativado, o parque representa um local onde podemos revisitar nossos fantasmas e nossas memórias coletivas; é também uma lembrança do primeiro caminho, uma necessidade de lidar com o mais íntimo e profundo querer, com suas efervescências múltiplas, tudo o que expressa a vitalidade crescente neste princípio de milênio. A vida, que acreditávamos extenuada, pode retomar força e vigor.
INFORMAÇÕES
Dramaturgia coletiva, inspirada na obra e no pensamento do cineasta Andrei Tarkovski. Direção de Marcelo Mello. Com Alexandre Braga, José de Brito, Liliane Rovaris, Luisa Friese, Marcos Nauer e Regina Melo. Sinopse: Um parque de diversões desativado é visitado por pessoas que buscam encontrar seus sonhos. O local que antes se prestava a distrações, sensações intensas e efêmeras, agora está impregnado por fantasmagorias. Ali surge a lenda de um brinquedo realizador do desejo mais sincero.
Local: Espaço Sesc – Mezanino (100 lugares). Rua Domingos Ferreira 160, Copacabana (2547-0156). Ingressos: R$16 (inteira), R$8 (estudantes e acima de 60) e R$4 (comerciário). Temporada: Quinta e Domingo às 20h. Sexta e Sábado às 21:30.
Duração: 100 minutos. Classificação: 16 anos
Temporada de 08 de outubro até 25 de outubro de 2009.
SOBRE O GRUPO
Em 2003, após a encenação de ELOGIO DA LOUCURA de Erasmo de Rotterdam, sob direção de Marcelo Mello, no CCBB do RJ, formou-se um grupo de pesquisa. A partir do estudo dos grandes encenadores e pensadores de teatro, partiu-se para estudos mais amplos, na área de filosofia, artes plásticas, cinema, literatura e ciências sociais. Essa pesquisa resultou no espetáculo ENTROPIA (indicado pelo jornal O Globo um dos 10 melhores espetáculos do ano), que estreou em janeiro de 2008, mais uma vez no CCBB, obtendo grande receptividade da platéia, tanto dos espectadores familiarizados com o estudo da filosofia quanto daqueles que experimentavam seu primeiro contato com este universo. Discutia-se nessa peça a construção da cidade ideal, as diversas utopias já realizadas – e o perigo de sua concretização no mundo de hoje.
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