Um segundo de olhares me arrancam suspiros, estando apto
a torpedear a pessoa com olhares obscenos e ao mesmo tempo
fraternais.
Todo dia que passa o ônibus encontro a mulher da minha vida,
com seus olhos longos, cheiros claros, voz macia...
Todo dia vejo a mãe de meus filhos e vejo que meus filhos
seriam negros,
ou mulatos, ou louros, ou amarelos, vermelhos...
Todo dia chego em casa, sozinho, e lampejo sonhos
de caricias nos cabelos,
o toque entre as pernas, o levitar dos olhos.
Vivo uma eternidade só.
E só sou.
Sou como as melodias tristes que escuto e as palavras
alegres que digo.
Vivo eternamente a amar o vazio e o inimaginável.
E vejo que amo a todos e que a cada esquina encontramos
nossos eus e nossos vós.
E vivo eternamente só.
... todo dia que saio do metrô, me apaixono.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
9 comentários:
Nossa! Esse blog é genial e o escritor é um gato...
Tudibom!
Vinícius Silva
e todo dia volto pra casa pensando no meu metrô de amanhã ...
É...o blog é genioso, e o escritor, devo concordar, é um gato.
Gato, não , gatinho.
Pois é meu bem...muito bom começo.
Parabéns.
Hoje, ao entrar no metrô, lembrei do teu poema. E, não mais que depressa, me apaixonei!
Lindo, lindo e lindo!
Agora eu entendi porque criaram o vagão feminino do metrô.
Vi, me apaixonei outra vez!
Aliás, penso que me apaixonarei - a partir de agora - todos os dias mesmo!!!
=D
Esse, desde que entrei em seu blog pela primeira vez, foi o poema que mais gostei. Agora é UM dos que mais gosto. Pena que perdi muito tempo não entrando mais regularmente aqui.
O pÔUdcast (rsrs) ficou maneiro para caramba e ach que vai render ainda mais visitantes e fãs de uma promessa da literatura de nossa região (sem exageros, to sendo sincero.)
Abração Vinícius. Beijos para Carla!!!
Agradeço o comentário, muito mesmo. Mas quem é o senhor "mr" ? Rs.
Mistério...
Mesmo assim agradeço a visita e o fato de "Apto" ser UM dos poemas que você mais gosta me deixe bastante contente.
Besos.
Aprendi muito
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