Canso-me de ouvir os estilhaços das velhas palavras de ordem aos novos jovens, os jovens que escrevem nestes papéis virtuais em cristais de vidro. Tudo para nós, jovens, é sujo, transloucado, destruído, superado, estilhaçado....
Como se o tempo tivesse, nos seus anos longos anos de vida, que tencionar-se em uma longa curva para baixo, para o chão, para superar o chão e chegar, portanto, aos infernos dantescos.
Sempre somos os acusados de romper com a velha ordem, como se a velha ordem fosse a ordem certa, mas que ordem? Se a ordem em que vivemos agora é a desordem ordenada, realizada, deixada e cuspida por quem mais amamos, nossos pais, nossos avós, nossos...
Então escutamos calados, às vezes não, o que somos, vagabundos, sem bandeiras, sem ideologias, globalizados, alienados, baderneiros, consumistas, idiotizados. Me pergunto? Qual geração não foi isso tudo e também não foi vanguardista, inovadora, transgressora, descobridora e celestial.
Parece ser esquecido que dentro da linha do tempo quem dá o primeiro suspiro de vida será tão contemporâneo ao ser que der o último afagar antes da morte. Dentro dos limites da existência as gerações se misturam e dialogam, com suas fraquezas e virtudes, com suas afinidades e oposições. E quando acabo de falar disso, sem saber porquê, lembro do meu avô, morto, e penso que fui contemporâneo a ele, penso na falta que, hoje, ele e sua história me faz.
Não desistamos da nossa linha do tempo.

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