sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Tem espaço na van
Minha dissertação já foi defendida (com conceito "A") e está prontinha, seu nome é:
"Tem espaço na van: Um estudo de caso em uma cooperativa de vans em uma cidade da região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro"
Quem quiser este trabalho (que está escrito de uma forma que todos podem entender, inclusive os sociólogos...) é só pedir fazendo um comentário neste mesmo singelo blog, pelo orkut ou por email. Espero que gostem, pois deu um trabalho danado para escrever e, principalmente, para defender.
Besos a todos.
cinema
Tenho a impressão que os melhores filmes que já assisti
foram os que me fizeram chorar ao seu final.
Foi vendo filmes que aprendi que homens também choram.
Esta obra está licenciada sob uma
Licença Creative Commons.
A guarda do anjo
Estava límpido e preciso que aquela criança dormindo junto ao meu peito era suficientemente o necessário para o restar de toda a minha existência.Todas as angústias e medos transformaram-se em um sorriso febril e duradouro.Todos os mal-dizeres e borrões foram apagados por aquele respirar leve e profundo leve e profundo e que não terminava, junto ao peito, ali, e eu olhando para aquele rosto angelical de querubim, tão anjo quanto qualquer outro anjo-rebento que tivesse mais ou menos trinta dias de vida, mas mais anjo para mim, parente de carne e sangue.
Tudo o que eu consegui ouvir dentro daqueles parcos e rápidos momentos era aquele respirar leve e profundo leve e profundo. E nada mais importava. Só não me derramei em lágrimas para que meus
próximos não me vissem em uma situação tão exposta de sentimentos.
Como às vezes sou tolo, na verdade quase sempre. Tinha aquele anjo
em meu peito e pensei que não é necessário somente ter anjos em carne
aos peitos e, sim, anjos-crianças dentro do próprio peito, a todo momento. Carregá-
los como esperança e boas novas em tempos confusos, de clima cinza, e névoa, e
escuridão. O quão aquele pequeno ser pesando em meu tórax fez-me ver que de
detalhes, lágrimas e sorrisos a vida se vale e tornei a pensar o que realmente
queremos dessa mesma vida senão olhar para os seus pequenos e dizer-lhes:
-Durmam aqui em meu peito!
Mas não precisa ser só peito, pode ser colo, pode ser cafuné, pode ser abraço, pode
ser beijo. E o pequeno espaço de tempo transformou-se em horas, em dias, anos,
séculos, história. A eternidade só pode ser alcançada de duas formas: em pequenos
dormindo em seu peito ou em obra. Obra que faz que o nome de quem a criou possa
ser rememorável e vivente para quem a leu, a viu, visitou, vestiu, comeu, bebeu,
sentiu, amou. E tudo isso porque havia uma criança dormindo em meu peito.
Catei os fósforos ao chão.
E nada mais importava.
(para Álvaro)
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quinta-feira, 22 de novembro de 2007
O CULTO
trepou, trepou e trepou. Como queria que um Bukowski baixasse nele como um Exú
e abrisse seus caminhos em rubro, em encarnado, encarnado de sangue e suor.
Mas nada demoníaco, pois do demônio só vem o mal, vide ao que aconteceste com
Adrian Leverkühn e sua vida faustica. O que queria não vêm dos céus nem dos
infernos. Vêm da terra ardida de homens, mulheres e crianças. Vêm da terra
molhada de lágrimas e risos, e do germinar eterno do homem em homem. Queria o
saber final do que nos faz poder viver e não mais encerrar esta vida tão miserenta de
desgraças e angústias. E poder dizer a todos: - Descobri! – Descobri! – Descobri
porque vivem!- Descobri a razão de vivermos!- Descobri! -E finalmente lhes direi a
resposta. -A resposta é, é, é: - ...................ih, morri!
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CORES
Meus poemas são cinzas.
Eu?
Eu sou colorido, em tons pasteis.
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quarta-feira, 14 de novembro de 2007
13vírgulas
13 vírgulas
As vírgulas são engraçadas, você não sabe onde
as coloca, pois o tempo é fundamental para obtê-las,
por isso que exclamações, interrogações, são mais bonitas, são
imediatas, então fundarei o MPRV, Movimento Para a Retirada das
Vírgulas, talvez como o tempo é longo e a vida é
pouca, vírgulas brequem o ritmo, bom, eu prefiro
o ponto final,
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No Topo Da Montanha
Minha coragem me disse um dia: - Suba ao topo da montanha!
Então eu fui.
Passei pelos vales, muitos.
Então passando vi:
Mendigos guardando dinheiro nos bolsos.
Crianças comendo melecas às escondidas.
Gemidos no asilo.
Sorrisos nos velórios.
Pais dizendo a verdade.
Padres molhando o pão no vinho.
Madres rezando em voz alta.
Palhaços chorando.
Pessoas olhando nos olhos.
Amigos aos tapas.
Um abraço entre um homem e uma mulher.
Um menino surdo ouvindo o que a menina muda dizia.
Barulho de silêncio.
Gente andando com os corações parados.
Então cheguei ao topo da montanha e minha coragem disse: - Desça!
Então olhando os vales.
Tive medo.
Então desde então vivo no topo da montanha.
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sábado, 10 de novembro de 2007
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Road Movie
Cheguei na rodoviária terça de manhã.
- Seu moço onde posso tomar um banho?
-Acabou o sabonete, somente no mercadinho.
- Por favor, um sabonete?
-Não tem não, a remessa ficou lá com o prefeito. Somente
na sede da prefeitura do município de Piripirí do Norte
é que fornecem sabonetes.
- Seu moço, por favor, um sabonete?
- Num tem não, mas a gente tá precisando de alguém pra
bater uns ofício, o sinhô num qué não?
- Tá bão então!
- Desde então sou “acessor” direto do prefeito.
(para Lúcia Helena Ramos)
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terça-feira, 6 de novembro de 2007
Sombrio
O céu é claro
e como a felicidade cega os olhos!
A leveza de ser pluma ao vento. Amo. Amo profundamente.
Amo como na poesia de J.G. de Araújo Jorge.
Amo o momento, as coisas e as pessoas.
Am...
...
... mentira!
Claras e límpidas são as incertezas
[minhas.
Tudo que sei é da nuvem sobre o abismo.
Pergunto: abismo ou medo?
E sozinho vou sem saber em que buraco cair.
Mas isso passa... ou passarinho?
O céu é claro...
(para Mário Quintana)
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O autor
Vinícius Silva é poeta, escritor e professor, não necessariamente nesta mesma ordem. Doutor em planejamento urbano pelo IPPUR/UFRJ, cientista social e mestre em sociologia e antropologia formado também pela UFRJ. Foi professor da UFJF, da FAEDUC (Faculdade de Duque de Caxias), da Rede Estadual do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC) e atualmente é professor efetivo em sociologia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Criou e administra o Blog PALAVRAS SOBRE QUALQUER COISA desde 2007, e em 2011 lançou o livro de mesmo nome pela Editora Multifoco. Possui o espaço literário "Palavras, Películas e Cidades" na plataforma Obvious Lounge. Já trabalhou em projetos de garantia de direitos humanos em ONG's como ISER, Instituto Promundo e Projeto Legal. Nascido em Nova Iguaçu, criado em Mesquita, morador de Belford Roxo. Lançou em 2015, pela Editora Kazuá, seu segundo livro de poesias: (in)contidos. Defensor e crítico do território conhecido como Baixada Fluminense.
O CULPADO OCUPANDO-SE DAS PALAVRAS
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