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domingo, 29 de novembro de 2009

This is it




"This is it" (2009)

Documentário

Direção: Kenny Ortega



Assim que ouvi a notícia sobre a morte de Michael Jackson fui tomado por um saudosismo e uma imensa sensação de perda, mesmo a quilômetros de distância e sabendo que minha existência era completamente ignorada por ele.

Acho que meus sentimentos ficaram demonstrados no post que fiz no dia de sua partida, o Good Bye, Michael!. E depois de sua morte surgiu em mim uma pergunta que não queria calar, "-Por que esse cara morreu?". Tinha a exata noção de que o mundo havia perdido um de seus grandes artistas.

O mais incrível após à morte de Jackson é que apesar de todo o sensacionalismo da mídia e de algumas declarações infelizes e absurdas de alguns de seus familiares, todas as homenagens e imagens relacionadas a Michael foram de extremo bom gosto e rara sensibilidade.

Um paradoxo interessante veio à tona com sua ausência. Tudo o que era bizarro e grotesco em sua vida pessoal pareceu se transformar em demonstrações públicas emocionadas e sinceras por sua morte. A cerimônia-show (ainda tenho dúvidas se havia um corpo dentro daquele caixão banhado a ouro) foi o exemplo dessa inesperada dose de bom senso de sua família e da própria mídia, e o desfecho com a linda e triste fala de sua filha foi a prova do respeito pela dor de sua perda. Equilibrio que notadamente faltou em toda vida privada de Michael.

Outra promessa não confirmada de freak show foi o documentário produzido logo após à morte do rei do pop. Registro com os ensaios da útima turnê de sua carreira, o comentado This is it. Mais um erro por parte de quem acreditou que o filme iria explorar o lado canhestro do cantor e que somente serviria para faturar mais alguns milhões de dólares com sua morte, milhões que de fato foram arrecadados com a venda dos bilhetes. Admito que caí na balela de que o filme só ficaria em cartaz por duas semanas nos cinemas do mundo inteiro, e com um mês de antecipação garanti o meu ingresso e o de minha noiva, com a companhia posterior de meus queridos primos. Sem problema.

A película é simplesmente o ensaio geral do show que seria apresentado ciquenta vezes em Londres, nos anos de 2009 e 2010. Vemos a escolha dos bailarinos e a emoção ao saberem que participariam da turnê, vemos a tecnologia, vemos o diretor, os figurinistas, o diretor musical, a banda, as coreográfas e vemos... Michael Jackson! Talvez o mais próximo que um fã comum possa ter chegado.

O filme mostra uma pessoa frágil, magra, muito magra, mais ainda assim um artista completo e com todas as possibilidades de proporcionar um grande espetáculo. Preocupado com os arranjos, notas e acordes de suas canções. Tímido, extremamente tímido, porém muito educado, mesmo quando o som não estava bom ou o "retorno" estourava seus ouvidos. Michael tinha sempre um "God bless you" quando recebia um elogio ou um carinho de sua equipe.

E a pergunta vem: "- Michael ainda era o mesmo?". Bom, para um homem de ciquenta anos e com uma saúde sabidamente fragilizada, sim, Michael ainda era o mesmo. Em muitos momentos é notório que estava se poupando nas coreografias que sabia de cor, e que estava segurando a voz em algumas canções, ele mesmo admitia "-Isso aqui é um ensaio gente... e ensaio é para errar mesmo". Demonstrou ser atencioso com as pessoas e preocupado com os problemas ambientais de nosso planeta, mesmo que essa preocupação possa se mostrar de uma maneira um tanto superficial.

This is it é simples, elegante e sincero ao lidar com um marco do século XX. Talvez vocês possam estar pensando: "Esse cara é fã dele mesmo!". Sou, sou mesmo, e ao fim da exibição de This is it comentei aos meus, "- Esse filme me deu a sensação de assistir a um show de Michael Jackson, ao vivo". Ao mesmo tempo assistir a este documentário foi a possibilidade de finalmente poder me despedir do rei do pop e exorcizar a tristeza por ele ter levado um pouco das boas lembranças de minha infância.

Depois de sair da sala de exibição não estava mais triste, apesar de algumas lágrimas insistirem em querer cair.

Good bye, Michael!


Bons filmes!

Besos.

Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

2 comentários:

Priscila Bispo - disse...

Venho por meio deste parafrasear o ilustríssimo Senhor Rodrigo Amarante para expressar meu sentimento em relação ao Michael:

"você subverteu o que era um sentimento e assim fez dele razão pra se perder no abismo que é pensar e sentir"

p.s: preciso deixar claro que não quero aqui, em momento nenhum, invalidar o valor e menos ainda o talento de Michel, mas a grande maioria das coisas que consigo associar à sua imagem são: escândalos, vexames, excessos e crises ... Juro que tentei fazer com que meu sentimento fosse diferente. É mais forte do que eu. Sorry, Jackson. Sorry...

palavras sobre qualquer coisa disse...

É óbvio que todas essas coisas que você apontou são evidentes. Tá aí a vida para mostrar.

Mas quando penso em Michael lembro de dois fatores fundamentais:

1- Lembro de uma criança cheia de talento e carisma que arrebatou o mundo com o Jackson 5.

2- Lembro do artista genial que fez canções incríveis e revolucionou a música (e a dança) popular moderna.

Michael forever!
Rs.

Besos.

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O autor

Vinícius Silva é poeta, escritor e professor, não necessariamente nesta mesma ordem. Doutor em planejamento urbano pelo IPPUR/UFRJ, cientista social e mestre em sociologia e antropologia formado também pela UFRJ. Foi professor da UFJF, da FAEDUC (Faculdade de Duque de Caxias), da Rede Estadual do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC) e atualmente é professor efetivo em sociologia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Criou e administra o Blog PALAVRAS SOBRE QUALQUER COISA desde 2007, e em 2011 lançou o livro de mesmo nome pela Editora Multifoco. Possui o espaço literário "Palavras, Películas e Cidades" na plataforma Obvious Lounge. Já trabalhou em projetos de garantia de direitos humanos em ONG's como ISER, Instituto Promundo e Projeto Legal. Nascido em Nova Iguaçu, criado em Mesquita, morador de Belford Roxo. Lançou em 2015, pela Editora Kazuá, seu segundo livro de poesias: (in)contidos. Defensor e crítico do território conhecido como Baixada Fluminense.

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