sábado, 6 de setembro de 2008
Poema para Ninguém
Que ninguém leia.
Que ninguém escute.
E que ninguém lua cheia.
Que ninguém goste.
Que ninguém cuspa.
E que ninguém (me) culpe.
Que ninguém ame.
Que ninguém apareça.
E que ninguém reclame.
Que ninguém possa.
Que ninguém enrole.
E que ninguém faça troça.
Que ninguém ria.
Que ninguém cheire.
E que ninguém diga.
Que ninguém escreva.
Mas para que é este poema?
É para que um alguém, que ao menos possa se chamar: "Ninguém!"
Acabe com essa infinda tristeza.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
O autor
Vinícius Silva é poeta, escritor e professor, não necessariamente nesta mesma ordem. Doutor em planejamento urbano pelo IPPUR/UFRJ, cientista social e mestre em sociologia e antropologia formado também pela UFRJ. Foi professor da UFJF, da FAEDUC (Faculdade de Duque de Caxias), da Rede Estadual do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC) e atualmente é professor efetivo em sociologia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Criou e administra o Blog PALAVRAS SOBRE QUALQUER COISA desde 2007, e em 2011 lançou o livro de mesmo nome pela Editora Multifoco. Possui o espaço literário "Palavras, Películas e Cidades" na plataforma Obvious Lounge. Já trabalhou em projetos de garantia de direitos humanos em ONG's como ISER, Instituto Promundo e Projeto Legal. Nascido em Nova Iguaçu, criado em Mesquita, morador de Belford Roxo. Lançou em 2015, pela Editora Kazuá, seu segundo livro de poesias: (in)contidos. Defensor e crítico do território conhecido como Baixada Fluminense.
O CULPADO OCUPANDO-SE DAS PALAVRAS
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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
2 comentários:
engraçado como vários poetas - fernando pessoa, bandeira e outros, portanto vc está de novo em boa cia. - falam que não querem ser lidos, entendidos, analisados...
como mentimos bem! hahah! no fundo torcemos, rezamos, confiamos que alguém ou um ninguém apenas nos faça cia! nos sinta!
;P poeta só mudam de nome, o endereço continua o mesmo... r. poesia, s/n, bairro solidão, palavra - mundo.
Sem ter muito o que fazer...
Comecei a ler seus posts antigos.
E esse poema me intrigou.
No começo achei estranho, depois ri e depois tive uma sensação que não sei explicar.
Gostei muito dele. Tive várias interpretações pra ele, adoro isso. Em um único texto ter várias e diferentes maneiras de interpretar.
Beijos
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